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Blatter diz que não tem medo de ser preso

30 de maio de 2015

Em encerramento de congresso da Fifa, presidente da entidade máxima do futebol afirma não estar preocupado com investigações americanas. Para Blatter, a ação é ato de vingança. Putin parabeniza suíço por reeleição.

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FIFA Sepp Blatter
Foto: Reuters/L. Foeger

Durante a coletiva de encerramento do 65º congresso da Fifa, que foi marcado por prisões de dirigentes da entidade, Joseph Blatter afirmou neste sábado (30/05) que não teme ser preso ou envolvido no escândalo de corrupção no futebol investigado pelas autoridades americanas.

"Eles têm o direito de investigar, se fizerem da forma correta. Eu não me preocupo com isso", disse o suíço, que foi reeleito pela quinta vez consecutiva para comandar a Fifa. Blatter ressaltou que as prisões realizadas na quarta-feira não afetam diretamente a entidade.

Questionado se teria medo de ser detido, Blatter rebateu: "Preso por quê? As investigações que continuem, definitivamente não têm haver comigo. Eu não tenho 10 milhões de dólares". O recém-reeleito presidente aproveitou o evento para comentar sua vitória.

"É como no futebol: quem perdeu pode ganhar amanhã. Eu sou o presidente de todas as organizações, até mesmo, daquelas que eram contra mim", reforçou, não deixando passar a oportunidade de atacar seus críticos.

Segundo Blatter, no passado foi a União das Federações Europeias de Futebol (Uefa) que interrompeu os planos da Fifa de submeter todos os funcionários da entidade a uma avaliação moral e ética. Ele lembrou que a Uefa é a responsável por suas federações.

"Os europeus deveriam dar um bom exemplo e assumir responsabilidade", disse o presidente da Fifa, acrescentando que os ataques pessoais dos últimos dias o tocaram profundamente. Após as prisões, a Uefa pediu a renúncia do suíço e ameaçou boicotar as competições da Fifa, caso Blatter fosse reeleito.

Chocado com declarações

Em entrevista à emissora de televisão suíça RTS antes da coletiva, Blatter disse ter ficado chocado com as declarações da secretária de Justiça dos EUA, Loretta Lynch. Na quarta-feira, ela afirmara que os dirigentes da Fifa presos na Suíça usaram seu poder e influência para corromper o futebol mundial.

"Como presidente, eu nunca faria uma declaração sobre outra organização sem conhecimento", disse Blatter. Ele sugeriu, ainda, que a escolha da data para as prisões teria sido um ato de vingança dos americanos.

"Há sinais que não podem ser ignorados. Os americanos foram candidatos para a Copa de 2022 e perderam. Eu não estou certo, mas isso não cheira bem." Ele também sugeriu que as investigações possam ter motivação política. Segundo o suíço, os Estados Unidos eram o principal patrocinador da Jordânia, país do candidato adversário de Blatter na eleição para a presidência da Fifa.

Parabéns de Putin

O presidente russo, Vladimir Putin, parabenizou Blatter por sua reeleição. "Putin expressa certeza de que a experiência, o profissionalismo e alto nível de autoridade de Blatter lhe permitirão difundir o alcance geográfico e a popularidade do futebol", afirmou um porta-voz do Kremlin.

A Rússia, que será sede da Copa de 2018, apoiava a reeleição do cartola. Putin havia criticado abertamente as detenções em Zurique, declarando tratar-se de uma "tentativa óbvia" dos Estados Unidos de tirar Blatter da presidência da entidade.

CN/dw/dpa/rtr/afp/ap