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Brasil é potência global, afirma Obama

Alexandre Schossler30 de junho de 2015

Ao menos em público, o escândalo de espionagem da NSA é coisa do passado. Dilma e Obama trocam elogios, falam em recomeço e dizem confiar um no outro. Brasil é parceiro indispensável, diz o americano.

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Amigos de novo: Dilma e Obama trocam sorrisos e elogios diante das câmerasFoto: Getty Images/C. Somodevilla

Em clima de harmonia e elogios mútuos, os presidentes Dilma Rousseff e Barack Obama se esforçaram para transmitir uma imagem de reconciliação depois da reunião desta terça-feira (30/06) em Washington.

"Acredito que esta visita é mais um passo num capítulo novo e mais ambicioso nas relações entre nossos países", afirmou Obama. "Estamos voltados para o futuro."

As relações entre Brasil e Estados Unidos haviam se deteriorado de forma acentuada depois da revelação de que a Agência de Segurança Nacional (NSA) americana teria espionado Dilma e também empresas brasileiras. As denúncias levaram ao cancelamento, em outubro de 2013, da visita de Estado que a presidente faria aos EUA.

Ao lado de Obama, Dilma deu o episódio por encerrado. Segundo ela, "algumas coisas mudaram" desde então. "Em parte devido ao fato de que Obama e os Estados Unidos terem declarado em outras oportunidades que não haveria mais atos que seriam de intrusão em países amigos", afirmou a presidente. "Acredito no presidente Obama."

O líder americano teria dito que, se precisar de informações que não sejam públicas, simplesmente pegará o telefone e ligará para Dilma. "Por isso, tenho certeza de que as condições passaram a ser bastante diferentes", acrescentou a presidente.

"Ela é muito franca e honesta"

Obama também destacou o que chamou de "excelente relação de confiança" com a líder brasileira. "Confio totalmente nela, que sempre foi muito honesta comigo e sempre cumpriu o que prometeu. Ela é muito franca quando fala sobre os interesses do povo brasileiro", declarou, citando como exemplo o recente encontro entre os dois na Cidade do Panamá, durante a Cúpula das Américas.

O líder americano ponderou que nenhuma relação entre países está livre de diferenças. "Não há países com os mesmos interesses, sempre haverá atritos", disse. "Porém, nos últimos meses, Estados Unidos e Brasil têm aprofundado seus laços de forma constante", salientou.

Pelas suas economias, pelas dimensões dos seus territórios e por suas histórias similares, os dois países devem ser aliados fortes durante muitos anos, acrescentou.

Potência global

Obama foi além e disse ver o Brasil como uma potência global e não regional. "O Brasil é um importante ator global. Os Estados Unidos não podem fazer tudo sozinhos, não podemos ter sucesso sem colaborar com o Brasil e com outros países", disse.

"Se quisermos ser bem-sucedidos no combate às mudanças climáticas, ao terrorismo, na redução da pobreza, todos os principais países devem estar envolvidos no processo. E consideramos o Brasil um parceiro indispensável", acrescentou.

Obama também não se furtou a fazer as suas já tradicionais brincadeiras durante entrevistas coletivas. Ele disse ter recebido de Dilma uma camiseta com cores e inscrições brasileiras, numa alusão aos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, mas ponderou que não pode usá-la em público porque deve torcer para os Estados Unidos. "Mas em casa, em frente à TV, quem sabe?", comentou, contribuindo para o clima geral de harmonia e unidade.