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Brasil e México reforçam comércio e laços com novos acordos

27 de maio de 2015

Presidente Dilma Rousseff e líder mexicano, Enrique Peña Nieto, celebram vários compromissos relacionados às áreas de comércio, turismo e meio ambiente. Ambos planejam duplicar o negócio bilateral nos próximos dez anos.

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Na época recém-eleito presidente do México, Enrique Peña Nieto visitou o Brasil em setembro de 2012Foto: picture-alliance/dpa

A presidente Dilma Rousseff e o presidente do México, Enrique Peña Nieto, celebraram nesta terça-feira (26/05) novos acordos relacionados às áreas de comércio, turismo e meio ambiente, entre outros, para reforçar a cooperação entre ambos os países.

"Abrimos um novo capítulo em nossa história. As relações entre México e Brasil apresentam um alto grau de potencialidade e temos a obrigação e o dever de estudá-lo", afirmou a presidente Dilma. "E quero dizer que o Brasil hoje tem todas as condições para receber investimentos mexicanos, que são bem-vindos, para desenvolver o nosso comércio", disse Dilma em coletiva de imprensa conjunta com o líder mexicano.

"A relação com Brasil remonta a muitos anos. No entanto, estávamos perante a necessidade de atualizar e modernizar o quadro de cooperação", concordou o presidente mexicano, acrescentando que com estes acordos, as duas principais potências econômicas da América Latina "darão um salto qualitativo" nas relações bilaterais.

Os dois chefes de Estado decidiram dar início às negociações a partir de julho para regular o atual Acordo de Complementação Econômica (ACE), número 53, que regula o comércio entre os dois países desde 2002. "O ACE-53 abrange hoje um pouco mais de 800 produtos, o que é aparentemente muito, mas para nós é pouco, tendo em vista os mais de seis mil produtos que podemos levar para dentro da nossa economia", disse Dilma, reforçando que "no menor prazo possível" outros setores e produtos serão incluídos.

Como parte do aprofundamento do ACE-53, foi assinado o Acordo de Cooperação e Facilitação de Investimentos. Uma expansão que incluiria novos segmentos como os serviços, produtos eletrônicos e de propriedade intelectual e medidas sanitárias e fitossanitárias, entre outros. Além disso, Brasil e México também decidiram negociar disciplinas consistentes com a Organização Mundial do Comércio (OMC) e a com a Associação Latino-Americana de Integração (Aladi).

Cachaça e tequila: produtos típicos originários

Por fim, Dilma e Peña Nieto decidiram que os seus governos acordarão o reconhecimento mútuo de que cachaça e tequila são produtos típicos originários, respectivamente, de Brasil e México. O acordo prevê que a importação e a comercialização de cachaça no território mexicano somente serão permitidas para cachaça produzida no Brasil. O mesmo vale para a tequila em solo brasileiro.

Mais cedo, a presidente, acompanhada por uma delegação de funcionários e empresários do Brasil, foi recebida no hangar presidencial do aeroporto da Cidade do México pelo secretário das Relações Exteriores José Antonio Meade.

Posteriormente, tanto Dilma como Peña Nieto testemunharam a assinatura de vários acordos de ministros a funcionários governamentais que transcenderam a esfera puramente econômica, como acordos ambientais, de sustentabilidade, de cooperação turística, de pesca e agricultura, de serviços aéreos e educação, entre outros.

Brasil e México representam 62% do PIB latino-americano

Em comunicado, a Secretaria das Relações Exteriores do México destacou que esta foi a primeira visita de Dilma Rousseff ao México, no que também é o quinto encontro da presidente brasileira com o presidente mexicano Peña Nieto.

A última reunião ocorreu durante a Cúpula das Américas, realizada no Panamá em abril. "Naquela ocasião, eles concordaram em fortalecer a aprofundar as relações bilaterais e trabalhar juntos por uma próspera e pacífica América Latina", disse o comunicado.

A chancelaria destacou também que Brasil e México representam em conjunto 62% do Produto Interno Bruto (PIB) da região. Em 2014, os dois países registraram um comércio bilateral de 9.213 bilhões de dólares. O México investe no Brasil mais de 30 bilhões de dólares.

"Cifra que coloca o México como um dos principais investidores no Brasil de todo o mundo", citou o SER. Já o capital brasileiro no México totaliza 2 bilhões de dólares, segundo dados oficiais mexicanos. Dilma e Peña Nieto afirmaram querer dobrar o comércio bilateral, atualmente em quase 10 bilhões de dólares anuais, dentro dos próximos dez anos.

Melhora no turismo e projetos ambientais

Além disso, com a eliminação de vistos entre os dois países em maio de 2013, o turismo tem aumentado exponencialmente. Enquanto aproximadamente 78 mil turistas brasileiros viajaram ao México em 2005, o ano de 2014 registrou quase 310 mil brasileiros em terras mexicanas.

Em relação à cooperação entre México e Brasil há uma série de projetos em temas relacionados à genética, pesquisa florestal, saúde, investigação pecuária, agricultura, recursos hídricos, prevenção de catástrofes naturais, aeronáutica, energia renovável, telecomunicações, silvicultura e comunidades rurais, entre outros.

"Brasil e México inaugurarão uma nova etapa de aprofundamento das relações bilaterais em todos os níveis e numa ampla variedade de questões, que irão resultar em projetos concretos em benefício para criação de emprego, educação e geração de oportunidades para ambos os países", concluiu o SER.

Nesta quarta-feira, Dilma visitará o Museu de Antropologia e assistirá a uma sessão solene no Congresso do México.

PV/efe/ots/ab