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Brasil pede explicações aos EUA sobre denúncia de espionagem

8 de julho de 2013

Reportagem do jornal "O Globo" afirma que o Brasil foi o segundo país mais espionado pela Agência Nacional de Segurança dos EUA no continente americano. Patriota afirma que governo recebeu notícia com preocupação.

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Foto: REUTERS

O governo do Brasil pediu explicações aos Estados Unidos sobre a espionagem das comunicações de cidadãos brasileiros pela Agência Nacional de Segurança norte-americana (NSA, na sigla em inglês), disse neste domingo (07/07) o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota. Segundo ele, os esclarecimentos foram solicitados por meio da Embaixada do Brasil em Washington e, ainda, ao embaixador dos EUA no Brasil.

A NSA monitorou atividades telefônicas e e-mails de empresas brasileiras e particulares na última década, como parte das suas atividades de espionagem, segundo noticiou neste domingo o jornal O Globo, citando documentos fornecidos pelo fugitivo Edward Snowden, ex-consultor de inteligência da NSA que denunciou um gigantesco esquema de espionagem.

Patriota disse que o Itamaraty recebeu com "grave preocupação" a notícia de que contatos eletrônicos e telefônicos de seus cidadãos estariam sendo monitorados. Patriota deu as declarações em Paraty, no Rio de Janeiro, onde está sendo realizada a 11ª Festa Literária Internacional (Flip).

Segundo ele, o governo brasileiro lançará iniciativas internacionais para "proibir abusos e impedir a invasão de privacidade" dos usuários da internet, junto à ONU e à União Internacional de Telecomunicações (UIT), em Genebra, na Suíça.

A reportagem de O Globo afirma que o Brasil foi o segundo país mais espionado no continente americano, tendo ficado atrás apenas dos próprios EUA. Segundo o diário carioca, os documentos secretos revelam ainda que o Brasil aparece como alvo prioritário, ao lado de países como China, Rússia, Irã e Paquistão.

Parte do acesso às comunicações brasileiras foi obtido através de empresas dos EUA que são parceiras de companhias brasileiras de telecomunicações, precisou O Globo, sem revelar os nomes das empresas.

"Estamos muito preocupados com essas notícias, especialmente com a possível relação com empresas brasileiras. Se isso realmente ocorre, configura um delito contra a legislação brasileira e a Constituição. Nossa Constituição assegura o direito à intimidade e privacidade. Se houver empresas brasileiras mancomunadas com empresas estrangeiras para violar o segredo telefônico e de dados, seria um absurdo", declarou o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo.

AS/lusa/abr/dpa