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Células do terror na Alemanha

ns13 de outubro de 2002

Dois semanários alemães divulgaram detalhes das investigações sobre núcleos terroristas no país, especialmente o grupo de Hamburgo em torno de M. Atta, um dos pilotos dos atentados de 11 de setembro.

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O terrorista saudita Mohamed Atta tinha cúmplices em HamburgoFoto: AP

O atentado contra a sinagoga mais antiga da África, na ilha de Djerba (Tunísia), matou 21 pessoas em abril, entre elas 14 turistas alemães. Uma importante testemunha, incriminou Christian G (35), que foi preso em Duisburg, logo após a explosão na Argélia. Christian G., nascido na Polônia, converteu-se ao Islamismo. Segundo a Focus, ele teria mantido estreito contato com o grupo de bin Laden, tendo participado de um treinamento, em 2000, num dos acampamentos secretos da Al Qaida, no Afeganistão. Esta informação foi confirmada por Frauke Katrin Scheuten, da procuradoria geral da república. Por seus bons conhecimentos de informática, Christian G. tinha uma posição especial no acampamento. Segundo Focus, ele teria colocado os discursos de bin Laden na Internet.

Testemunha de acusação

- Quanto à testemunha que o incriminou, Shadi A., sabe-se apenas tratar-se de um jordaniano, preso em abril deste ano na Alemanha, numa grande razzia por ocasião das investigações das atividades do grupo terrorista islâmico El Tawhid. As suas revelações revelaram-se de grande utilidade no desbaratamento da rede terrorista na Alemanha. Em meados desta semana, suas declarações levaram à prisão de Abdelghani Mzoudi, suspeito de manter estreito contato com M. Atta - um dos pilotos de 11 de setembro - e sua célula terrorista em Hamburgo. A procuradoria, contudo, ainda não confirmou se ele estava a par dos planos para os atentados em Nova York e Washington no ano passado.

O truque do passaporte

- Segundo o semanário Der Spiegel, Mzoudi recebeu um visto para o Paquistão em 2000 , solicitando um novo passaporte na Alemanha, em novembro do mesmo ano. Todos os suspeitos de envolvimento terrorista que moraram em Hamburgo recorreram ao mesmo estratagema, para livrar-se do carimbo que os tornaria suspeitos, em caso de uma investigação. Os acampamentos terroristas encontravam-se no Afeganistão, mas os terroristas passavam inicialmente pelo vizinho Paquistão, onde havia e ainda há uma grande rede de apoio dos radicais islâmicos.

O que também incriminaria Mzoud é que ele aparece nas imagens gravadas em vídeo por ocasião do casamento de Said Bahaji, um dos suspeitos de haver fornecido apoio aos terroristas de 11 de setembro, buscado em todo o mundo com mandado internacional de prisão. No vídeo, Mzoud é visto ao lado de Marwan Alshehhi, o outro piloto que estrelou um avião seqüestrado contra o World Trade Center, recitando poemas radicais e cantando canções da Dschihad, a "guerra santa". Mzoud também teria sido treinado no Afeganistão e está sob a suspeita de ajudar a financiar a formação de piloto de outro suspeito que está sendo procurado pela polícia, Zakariya Essabar.