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Cúpula de Evian propaga confiança no futuro

(am)3 de junho de 2003

No encerramento da conferência de cúpula de Evian, os chefes de Estado e de governo dos países do G-8 lançaram um forte sinal de impulso para a conjuntura econômica internacional.

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O presidente francês Jacques Chirac no encerramento da conferência de EvianFoto: AP

A conferência de cúpula no balneário francês de Evian, às margens do Lago de Genebra, foi marcada por gestos de reconciliação entre os partidários e os adversários da guerra no Iraque. Os chefes de Estado e de governo dos sete principais países industrializados do mundo e da Rússia decidiram medidas para o combate ao terrorismo internacional e também para controlar a disseminação de armamentos de extermínio em massa. O presidente americano George W. Bush recebeu um amplo apoio de todos os participantes para os seus esforços de paz no Oriente Médio.

O encontro de Evian foi a primeira conferência de cúpula dos países do G-8 (Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Alemanha, Canadá, Itália, Japão e Rússia) desde os profundos desentendimentos gerados pela crise do Iraque. E constituiu também a primeira chance para uma reconciliação entre os governos envolvidos.

O presidente americano George W. Bush deixou a conferência prematuramente, seguindo viagem para o Oriente Médio, para reunir-se com líderes árabes. Com isto, o chefe do governo de Washington não participou do jantar de encerramento que serve tradicionalmente a uma troca informal de idéias entre os governantes do G-8.

Coesão política e econômica

No documento final da conferência de Evian, divulgado nesta terça-feira (3/6), os chefes de Estado e de governo procuraram demonstrar coesão nas principais questões econômicas e de política de segurança. Até mesmo quanto à crise iraquiana, as desavenças foram esquecidas e os oito estadistas manifestaram-se convencidos de que "chegou a hora de restabelecer a paz e de reconstruir o Iraque".

Sob o entretítulo "Fortalecer o crescimento econômico mundial", a declaração de quatro páginas ressalta o compromisso dos oito países do G-8 em assumir a responsabilidade conjunta de criar novos impulsos para a economia mundial. Para isto, o documento cita a necessidade de implantação de reformas estruturais, assim como de liberalização do comércio mundial.

Os participantes da conferência de cúpula do G-8 falam de desafios econômicos globais, mas ressaltam ao mesmo tempo a sua confiança numa recuperação da economia mundial. O motor de tal impulso conjuntural deverá ser a vitalidade das sete maiores potências econômicas do mundo. Elas devem retomar o caminho do crescimento, a fim de que possam ser acompanhadas pelas economias dos demais países.

Transparência e responsabilidade

Das reformas estruturais a serem implantadas faz parte também a introdução de mecanismos transparentes e responsáveis de economia de mercado. Isto deve ocorrer, por exemplo, através de uma intensa luta mundial contra a corrupção. O Fundo Monetário Internacional (FMI) foi conclamado a criar instrumentos preventivos de reconhecimento prévio e defesa contra crises financeiras.

A segunda parte da declaração final aborda a questão do desenvolvimento sustentável. Ela ressalta a intenção de prosseguir com a iniciativa de redução das dívidas das nações mais pobres do mundo, que entretanto já beneficiou 26 países, num volume total de mais de 60 bilhões de dólares em dívidas reduzidas ou perdoadas. Os países do G-8 comprometeram-se também em prosseguir a luta contra a fome e a pobreza no mundo, em especial na África.

Até o ano de 2015 deverá ser reduzido pela metade o número de pessoas sem acesso à água potável. E também o combate internacional de endemias e de epidemias, como as de AIDS, de malária e de tuberculose, deverá ser intensificado. Além disto, deve ser buscada maior coordenação internacional na luta contra a nova pneumonia atípica (SARS).

Bush foi o vitorioso de Evian

Do ponto de vista político, o grande ganhador da conferência de cúpula de Evian foi o presidente americano George W. Bush. Ele logrou o apoio dos demais para uma intensificação do combate ao terrorismo internacional. Isto deverá ocorrer, por exemplo, através do desmantelamento das redes de financiamento das organizações terroristas.

Bush conseguiu ainda que o Irã e a Coréia do Norte fossem censurados em relação às suas políticas atômicas e que o G-8 conclamasse os dois países a uma revelação completa e imediata de todos os seus planos de produção de armamentos nucleares. Além disto, o presidente americano logrou que os países do G-8 se comprometessem a cooperar na reconstrução do Iraque.