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Evasão de cérebros

(rr/sm)21 de maio de 2008

A cada ano, 70 mil alemães vão fazer faculdade no exterior. O país preferido é a Holanda. No ano passado, havia 14 mil estudantes alemães em universidades holandesas, muitos em Maastricht.

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Biblioteca da Universidade de MaastrichtFoto: Universiteit Maastricht

Um currículo voltado para a demanda internacional e maiores investimentos nas universidades: para muitos jovens alemães, esses são dois bons motivos para ir estudar na Holanda.

A metade dos estudantes universitários de Maastricht vem do exterior, 30% da Alemanha. "Essa é uma parte muito importante da nossa estratégia", afirma Jo Ritzen, reitor da universidade e ex-ministro da Educação.

A meta é formar estudantes para o mercado de trabalho internacional. Na opinião de Ritzen, o maior desafio às universidades européias é converter a evasão de cérebros em um fluxo contínuo de estudantes estrangeiros. "No resto do mundo, o número de estudantes vai aumentar, aqui a tendência é diminuir", explica o reitor.

Cursos em inglês e classes pequenas

Nos anos 90, o ex-ministro incentivou as universidades holandesas a se abrirem para estudantes estrangeiros – com todo êxito. Além de 50% de estudantes alemães, estão matriculados na Universidade de Maastricht 5 mil chineses, 2.500 belgas, mas também poloneses, indonésios e americanos.

Uma grande vantagem é que Maastricht oferece cursos em inglês, geralmente em classes pequenas. O trabalho autônomo do aluno em grupos pequenos é a receita de sucesso dos holandeses.

Além de bibliotecas modernas, todas as salas de aula são equipadas com videoprojetores e computador. Cada classe tem um tutor, caso se precise de ajuda. Para muitos estudantes alemães, acostumados a auditórios lotados e bibliotecas deficitárias, esses são bons motivos de optar pela Holanda.

Também há quem procure universidades holandesas para fugir do numerus clausus (limitação do número de matrículas dos cursos mais concorridos). Psicologia, por exemplo, não tem nenhuma restrição do tipo na Holanda; só em Maastricht, há 350 alemães matriculados nesse curso.

Empenho por conquistar estudantes estrangeiros

A fim de continuarem atraindo estudantes estrangeiros, as universidades holandesas são altamente ativas. Elas organizam eventos regulares de informação na Alemanha; e existe até um site específico para estudantes do país vizinho.

Esse empenho é bem remunerado, explica o reitor Ritzen: "Todo decano sabe que recebe mais dinheiro, quanto mais graduandos e graduados tiver". No sistema holandês, as universidades são pagas de acordo com o número de estudantes matriculados e formados. Cada diploma concedido rende à universidade uma quantia anual de 10 mil a 20 mil euros.