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Camboja investe em energia renovável para suprir falta de eletricidade

3 de janeiro de 2013

Em grande parte do Camboja não há rede de transmissão de energia elétrica. E onde há, a eletricidade é muito cara, o que compromete o desenvolvimento. Energia alternativas devem melhorar a situação.

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Foto: picture-alliance/dpa

"A rede de transmissão de energia elétrica não chega em muitas regiões do norte e do sudoeste do Camboja", explica Peter Bolster, que trabalha na Agência Alemã para Cooperação Internacional (GIZ, na sigla em alemão) e vive há sete anos no país. Há redes de transmissão somente na capital, Phnom Penh, e em algumas regiões turísticas.

Onde há eletricidade, ela é muito cara. O preço da energia elétrica no Camboja é um dos mais altos do mundo. O motivo: a eletricidade é produzida quase exclusivamente por geradores movidos a óleo diesel, importado.

Alternativa para o diesel

Jatropha Pflanze wird als Biokraftstoff angebaut
Biocombustível da jatropha: alternativa ao diesel importadoFoto: DW/ Martin Vogl

Experimentos com biocombustível estão sendo feitos em algumas regiões. Ele deverá substituir parcialmente o óleo diesel. A principal planta utilizada nessa produção é a jatropha – planta pouco exigente que cresce também em solos pobres, onde praticamente nada mais nasce. Os geradores elétricos são abastecidos com o biocombustível extraído da semente oleaginosa dessa planta.

Cerca de 380 casas que fazem parte de um projeto piloto já estão sendo iluminadas com o novo combustível. Outras fontes de energias alternativas também estão sendo usadas, por exemplo, o biogás. Entretanto, essa tecnologia é muito cara, explica o especialista da GIZ.

O governo do Camboja concentrou a futura produção de energia em usinas hidrelétricas. Em 2010, a primeira delas começou a gerar energia, mas sua capacidade é pequena. Muita energia pode ser produzida com a força do Rio Mekong – o maior não somente do Camboja, mas do sudeste asiático.

Segundo Bolster, a construção de usinas no Mekong depende da aprovação dos Estados vizinhos, ou seja, China, Vietnã e Tailândia. Ele avalia que há muitos países envolvidos no assunto. Por isso, não é possível chegar a um acordo rapidamente.

Falta de infraestrutura impede o crescimento

Aufladen von Batterien, Kambodscha
Energia da bateria, não da tomadaFoto: CC/hijukal

O desenvolvimento econômico do Camboja é comprometido pela falta de infraestrutura e pelo preço da energia elétrica. Muitas empresas do setor têxtil, por exemplo, preferem investir no Vietnã. No país vizinho, o preço da energia elétrica é muito menor, fator que diminui os custos da produção.

Segundo Volker Karl, do banco alemão de desenvolvimento KfW, o governo precisa investir em uma rede nacional de transmissão para solucionar o problema da eletricidade no Camboja. Somente quando as pequenas usinas elétricas estiverem integradas em uma rede nacional, a produção excedente de energia poderá ser armazenada e enviada para as regiões onde a produção não é suficiente.

Essa seria a única maneira de tornar as pequenas usinas economicamente competitivas. Entretanto, Karl acredita que o governo não possua recursos suficientes para esse tipo de investimento.

As empresas privadas têm pouco incentivo para investir em infraestrutura no país. Para muitos investidores, é quase impossível recuperar os custos de produção com a venda de energia, pois a renda da maioria da população é mínima. Segundo Bolster, a maioria dos cambojanos não tem como pagar pela cara eletricidade. "Muitos vivem com um dólar por dia. De onde eles devem tirar um dólar por quilowatt-hora de energia?"

kleines Dorf in Kambodscha
Para maioria da população, a energia elétrica é inacessívelFoto: CC/christine zenino

Autor: Philipp Bilsky (cn)
Revisão: Francis França