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Cameron anuncia estratégia contra o extremismo

20 de julho de 2015

Primeiro-ministro britânico estabelece plano de cinco anos para combater radicalismo islâmico. Objetivo é criar uma sociedade mais coesa, corrigindo "falhas de integração" e lutando contra a ideologia do extremismo.

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Foto: Reuters/M. Dunham

O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, anunciou nesta segunda-feira (20/07) um plano de cinco anos para derrotar o extremismo islâmico. O líder britânico disse que a estratégia traçada se concentrará em corrigir "falhas de integração" e, ao mesmo tempo, em combater a "falaciosa narrativa do extremismo".

Segundo o premiê, a ideologia radical do grupo "Estado Islâmico" (EI) será combatida com uma estratégia de cinco anos que inclui a disponibilização de mais recursos para algumas das comunidades mais pobres do Reino Unido com grande população muçulmana. Cameron classificou a batalha contra o extremismo como a "luta da nossa geração".

Em discurso proferido na cidade inglesa de Birmingham, o primeiro-ministro declarou que o Reino Unido precisa se tornar uma nação mais coesa, da qual os jovens muçulmanos sintam que fazem parte, em vez de serem atraídos pelo EI no Oriente Médio.

Cameron também afirmou que a campanha foi concebida para incluir medidas para lidar com "falhas de integração" entre a crescente comunidade muçulmana no Reino Unido. Através do plano de cinco anos, o governo vai "apoiar aqueles que compartilham dos nossos valores com ajuda prática, financiamentos, campanhas, proteção e representação política".

Cameron explicou que algumas comunidades britânicas possuem pouca ligação com o Reino Unido, o que as tornou vulneráveis à alienação e radicalização, resultando no surgimento de "extremistas feitos em casa".

O primeiro-ministro também pediu que empresas de internet, incluindo mídias sociais, se juntem à luta contra o extremismo. O líder conservador disse ainda que o Reino Unido precisa repensar o que está ocorrendo em prisões superlotadas, onde muitos extremistas são recrutados.

"Isto é o que enfrentamos: uma ideologia radical que não é apenas subversiva, mas que pode parecer excitante. Uma [ideologia] que tem muitas vezes sugado pessoas da não violência à violência e que pode ganhar força por causa de problemas de identidade e falhas de integração", disse Cameron.

"Terrível culto à morte"

O premiê britânico também fez uma dura advertência aos jovens que podem estar considerando se juntar ao grupo terrorista. "Vocês não serão algum membro valioso de um movimento. Eles vão usar vocês. Se você é um garoto, farão uma lavagem cerebral em você e prenderão bombas no seu corpo para, então, explodi-lo. Se você é uma garota, eles vão te escravizar e abusar de você", alertou.

A polícia britânica estima que cerca de 700 potenciais suspeitos de terrorismo tenham viajado à Síria a partir do Reino Unido. "Temos de derrotar a narrativa do extremismo. Porque a narrativa serve de ponto de partida para esses jovens se afiliarem a esse terrível culto à morte", afirmou Cameron.

Combate ao extremismo

O primeiro-ministro também tocou na sensível questão sobre qual papel que a comunidade muçulmana no Reino Unido deveria assumir na luta contra o "Estado Islâmico". Ele afirmou que as visões extremas, como acreditar numa "conspiração judaica" global e uma oposição aos "fundamentais valores liberais" são a porta de entrada para a violência.

Os comentários de Cameron foram feitos enquanto muçulmanos ao redor do mundo celebravam o fim do Eid al-Fitr, o feriado religioso que marca o fim do Ramadã.

O premiê Cameron afirmou anteriormente que gostaria que o Reino Unido fosse mais ativo ao ajudar os Estados Unidos a destruir o "Estado Islâmico" na Síria. Fontes do governo britânico disseram que Cameron espera que o Parlamento aprove a extensão das missões de bombardeio contra posições radicais na Síria.

Atualmente, o Reino Unido realiza apenas ataques aéreos no país vizinho, o Iraque – embora tenha vindo à tona na semana passada que pilotos britânicos incorporados na Força Aérea dos EUA tinham realizado incursões sobre o território sírio, o que levou a um novo debate parlamentar em Westminster.

PV/ap/rtr/dpa