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Cameron reitera plano de reavaliar permanência na UE

8 de maio de 2015

Em primeiro discurso desde a vitória do Partido Conservador, premiê britânico reafirma intenção de realizar referendo sobre União Europeia. Ele também promete devolver poderes a Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte.

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Premiê britânico David Cameron e esposa Samantha são aplaudidos ao entrarem na residência na Downing StreetFoto: Getty Images/AFP/S. Rousseau

O premiê David Cameron usou, nesta sexta-feira (08/05), o primeiro discurso após o Partido Conservador ter saído vitorioso nas eleições gerais britânicas para reiterar sua promessa de realizar um referendo sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia (UE).

Ele se comprometeu também a focar no "manifesto aos trabalhadores" de seu partido, realçando questões sociais em contraste com o estereótipo negativo de que os conservadores favorecem empresários em detrimento da classe trabalhadora.

Após o tradicional encontro com a rainha Elizabeth 2ª, Cameron e sua esposa, Samantha, voltaram para a residência de Downing Street. Ali, ele aproveitou a oportunidade para agradecer ao agora ex-vice-premiê Nick Clegg e aos liberal-democratas pelo "sucesso" dos cinco anos de coalizão, que "lançaram a base para um futuro melhor".

Cameron, no entanto, também se mostrou contente por agora poder liderar um governo majoritariamente conservador e que ele considera uma forma de administração "mais responsável" do que com uma coalizão.

UE defende permanência

Em seu discurso, Cameron reafirmou a promessa de campanha feita no ano passado, na época do referendo de independência escocês, de devolver mais poderes a País de Gales, Escócia e Irlanda do Norte "o mais rápido que puder". Isso, segundo ele, incluiria "poderes importantes sobre tributação" para os escoceses.

As outras questões políticas mencionadas pelo premiê britânico foram o acesso a creches, cortes de impostos e formação profissional para aumentar a mobilidade social. Cameron também tocou brevemente na promessa feita pelo Partido Conservador de "realizar um referendo sobre a permanência" na Europa.

Em resposta aos comentários de Cameron, o presidente do Conselho Europeu, Donald Rusk, relembrou o premiê britânico estar contando com ele para "que o Reino Unido continue sendo um Estado-membro da União Europeia".

"Estou profundamente convencido de que não há vida melhor fora da União Europeia, para nenhum país. Uma melhor UE é do interesse não só do Reino Unido, mas de todos os Estados-membros", afirmou Tusk.

O Partido Conservador conquistou uma vitória inquestionável nas eleições parlamentares no Reino Unido, o que confirma a permanência de Cameron no cargo de primeiro-ministro pelos próximos cinco anos. O resultado contrariou as pesquisas de intenção de voto, que apontavam uma disputa acirrada entre os governistas e o Partido Trabalhista.

Conservadores com maioria absoluta

Ao final da apuração, os conservadores conquistaram 331 dos 650 assentos na Câmara dos Comuns, 28 a mais do que no último mandato. O Partido Trabalhista contabilizou 232 (24 a menos). Já o Partido Nacional Escocês ficou com 56, um impressionante aumento de 50 assentos em relação à última eleição.

No Parlamento britânico, um partido precisa conquistar 326 assentos para ter maioria absoluta, mas na prática bastam 323 para governar, já que os parlamentares da Irlanda do Norte não assistem às sessões.

PV/dpa/rtr