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Bomba explode no Iêmen após fracasso de negociação de paz

20 de junho de 2015

Explosão perto de mesquita na capital Sanaa mata pelo menos duas pessoas. Ataque ocorre poucas horas após encerramento das conversas sobre cessar-fogo entre rebeldes houthis e governo iemenita.

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Foto: picture-alliance/dpa/Y. Arhab

Pelo menos duas pessoas foram mortas e várias ficaram feridas na explosão de um carro-bomba na capital do Iêmen, Sanaa, neste sábado (20/06). O ataque ocorreu poucas horas depois das negociações de paz entre as partes em conflito no país – o grupo rebelde houthi e o governo do presidente exilado Abd Rabbuh Mansur al-Hadi – terem fracassado, em Genebra, na Suíça.

O carro-bomba explodiu perto da mesquita Qabat al-Mahdi. Segundo autoridades de segurança, além de matar pelo menos duas pessoas, o ataque feriu outras seis no mínimo.

Nenhum grupo assumiu a responsabilidade pelo atentado, que ocorreu três dias após jihadistas do grupo terrorista do "Estado Islâmico" (EI) terem atacado uma mesquita frequentada por houthis e diversos escritórios de xiitas na capital iemenita, matando ao menos 31 pessoas e ferindo mais de 60.

Apesar de negociações visando um cessar-fogo, os ataques aéreos executados pela coalizão liderada pela Arábia Saudita prosseguiram neste sábado no país. Na cidade portuária de Aden, 15 novos bombardeios atingiram redutos houthis.

"O objetivo é fechar o cerco em torno dos rebeldes houthis em Aden e ajudar os Comitês de Resistência Popular", disse um oficial militar, sob condição de anonimato, se referindo às tribos sunitas e outros combatentes pró-governo que têm lutado contra o grupo xiita.

Sem trégua

Jemen Friedensgespräche in Genf
Ministro do Exterior do Iêmen, Riad Yassin, conversa com assessores após encontro com líderes rebeldesFoto: Getty Images/AFP/P. Coffrini

As negociações de paz entre os dois lados em conflito no Iêmen terminaram na sexta-feira, em Genebra, sem um acordo para o cessar-fogo. O líder dos rebeldes, Hamza al-Houthi, disse que seu grupo "fez de tudo para o sucesso das negociações, mas houve muitos obstáculos, especialmente, a exigência de retirada".

Já o ministro das Relações Exteriores do Iêmen, Riad Yassin, que está exilado do país, culpou os rebeldes pelo impasse. "Nós realmente viemos com uma grande esperança, mas, infelizmente, a delegação houthi não nos permitiu alcançar progressos reais como esperávamos", disse Yassin.

O governo de Hadi exige que os rebeldes se retirem dos territórios conquistados, mas os houthis querem a suspensão dos ataques aéreos antes de interromper o combate.

Os militantes houthis assumiram o controle sobre a capital iemenita em setembro e começaram a lutar pela cidade portuária de Aden, no início deste ano, forçando o presidente Hadi a fugir do Iêmen.

O presidente buscou refúgio na Arábia Saudita, que, por sua vez, iniciou em março a campanha aérea no Iêmen, numa tentativa de derrotar os houthis e restituir Hadi no poder.

O conflito e instabilidade política estão causando sofrimento à população iemenita, que está tendo de lidar com a escassez drástica de alimentos e a falta de suprimentos médicos. Segundo a ONU, mais de 2,6 mil pessoas foram mortas e mais de 20 milhões precisam desesperadamente de ajuda.

PV/afp/rtr/ap