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Caça à bandeja da Bundesliga

Marcio Weichert8 de agosto de 2002

O Campeonato Alemão está começando. Borussia Dortmund defende título. Bayern de Munique é o franco favorito. Novo recorde de brasileiros nos clubes.

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Foto: AP

Borussia Dortmund e Hertha Berlim abrem, na noite de sexta-feira, o 40º Campeonato Alemão. Apesar de os anfitriões ostentarem o status de atuais campeões, fica difícil considerar favorita a equipe de Matthias Sammer. O treinador sofre com vários desfalques (inclusive do artilheiro Amoroso) e o comportamento de certos jogadores. "Alguns ainda estão comemorando o título", critica Sammer, preocupado com o salto alto de seus comandados.

Os últimos resultados da pré-temporada evidenciam o despreparo. No último sábado, o time perdeu por 2 a 1 para o Rot-Weiss de Oberhausen, da segunda divisão. Dias antes, perdera por igual placar a semifinal da Copa da Liga para o Hertha Berlim, que acabou conquistando o primeiro torneio da temporada e será o adversário na abertura da Bundesliga.

A equipe da capital alemã começa com moral alto, mas precavido pelo ensinamento da temporada passada. Em 2001, o Hertha igualmente conquistara a Copa da Liga, mas largou vergonhosamente no Campeonato Alemão, com apenas cinco pontos nos cinco primeiros jogos. Além disto, há 30 anos o time não vence no Westfalenstadion, em Dortmund.

Hertha Berlim

– Quarto colocado na última temporada, o Hertha buscou o treinador Huub Stevens e o atacante brasileiro Luizão como principais reforços para desta vez brigar pelo título alemão. A eventual falta que o armador Deisler, vendido para o Bayern de Munique, poderia fazer, parece desde o campeonato passado superada com o desempenho do também brasileiro Marcelinho Paraíba. Aliás, Borussia e Hertha são os dois clubes alemães com maior número de brasileiros em seus escretes: quatro.

Além do Hertha, o único time com técnico novo na temporada é o Schalke, ex-clube do Stevens. Para substituir o holandês, o campeão da Copa Alemanha contratou Frank Neubarth, que pela primeira vez comanda uma equipe da primeira divisão. O Schalke estréia no sábado contra o Wolfsburg, de Róbson Ponte.

Bayern & Bayer

– Como todos os anos, o Bayern de Munique desponta como o franco favorito. Nada menos que 15 dos 18 treinadores da Bundesliga indicam o recordista alemão de títulos como um dos concorrentes ao título. Depois de cair de produção na temporada passada, o clube bávaro investiu pesado na renovação, principalmente, de seu meio campo. Do Hertha, trouxe Deisler. Ballack e Zé Roberto vieram do Bayer Leverkusen.

A estréia na Bundesliga tem caráter de prova de fogo para o Bayern. Afinal, para os bávaros, o novo campeonato começa semelhante ao anterior: contra o mesmo adversário e no mesmo estádio. Há um ano, tal como prenúncio do que estava por vir, o Bayern perdera de 1 a 0 para o Borussia Mönchengladbach. Agora, vencer é obrigatório para convencer logo que o ex-tricampeão tomou as devidas medidas para cumprir seu papel de favorito.

O eterno vice-campeão Bayer Leverkusen também inicia o campeonato fora de casa, em Cottbus, contra o Energie. E, devido à realização do Campeonato Europeu de Atletismo no Estádio Olímpico da capital bávara, 1860 Munique e Hansa Rostock só farão sua primeira partida na Bundesliga na quarta-feira.

Boa expectativa de público

– Esportivamente, espera-se muito da nova temporada. Aposta-se que o inesperado vice-campeonato mundial da Seleção Alemã no Japão levará mais torcedores aos estádios. Até o momento, mais de 291 mil assinaturas foram vendidas, ou seja, bilhetes que dão direito ao torcedor assistir a todos os jogos de seu clube em seu estádio.

As emissoras de tevê decidiram dedicar mais espaço aos jogos. Dois jogos por rodada serão televisionados ao vivo por canal aberto, enquanto nos anos anteriores as transmissões eram exclusivas do sistema pay-tv.

Crise financeira

– Apesar do maior interesse das tevês pelo futebol, as verbas de televisionamento caíram pela primeira vez desde a criação da Bundesliga em 1963. A razão: falência da KirchMedia, detentora dos direitos. Após negociações com a Liga Alemã de Futebol (DFL), a empresa só pagará este ano 290 milhões de euros, em vez dos 360 milhões previstos originalmente no contrato.

Com isto, os clubes perderam boa parte de uma de suas principais fontes de renda. Principalmente dos pequenos. "Kaiserslautern, 1860 Munique, Freiburg, Wolfsburg e Rostock são os mais prejudicados, pois as verbas da tevê representam mais de 50% de seus orçamentos", informa Klaus Chevalier, do Instituto da Economia Alemã.

A redução influenciou o mercado de transferências de jogadores. Após o volume recorde de 150 milhões de euros, os gastos dos clubes com reforços caíram 30%. Muitos buscaram apenas jogadores com passe livre.

Apesar da crise financeira, a Bundesliga acusa um novo recorde na soma dos orçamentos dos clubes para a nova temporada: 652 milhões de euros. A façanha é de exclusiva responsabilidade dos grandes clubes, graças a bem dotados contratos de patrocínio e à perspectiva de bom faturamento na Liga dos Campeões e na Copa da Uefa.