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Cessar-fogo continua em vigor, afirma presidente colombiano

3 de outubro de 2016

Juan Manuel Santos reconhece vitória do não em plebiscito sobre acordo com as Farc e anuncia reunião para determinar próximos passos. Líder da guerrilha lamenta resultado, mas reforça compromisso com a paz.

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Em pronunciamento, Santos avalia resultado de plebiscito
Em pronunciamento, Santos avalia resultado de plebiscito Foto: picture alliance/dpa/Presidency of Colombia

O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, reconheceu neste domingo (02/10) a vitória do não no plebiscito sobre o acordo de paz assinado com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e ressaltou que o cessar-fogo continua em vigor.

"Como chefe de Estado devo garantir a estabilidade da nação, e esta decisão democrática não pode afetar essa estabilidade", disse Santos, num pronunciamento televisivo, após o resultado da consulta popular.

O presidente afirmou que continuará buscando a paz e ressaltou que o cessar-fogo "bilateral e definitivo", que teve início em 29 de agosto, continua em vigor. Santos anunciou ainda que se reunirá com lideranças que apoiaram o não para determinar os próximos passos.

Negociadores do governo foram enviados a Havana para manter as lideranças das Farc informadas sobre os resultados do diálogo. "Não vou me render", disse Santos, reiterando que buscará a paz até o último minuto.

 Farc lamentam resultado

O número um das Farc, Rodrigo Londoño Echeverri, conhecido como Timochenko, lamentou o resultado do plebiscito e assegurou que a guerrilha manterá seu compromisso com a paz.

"As Farc lamentam profundamente que o poder destrutivo daqueles que semeiam o ódio e o rancor tenha influenciado a opinião dos colombianos", disse Echeverri. Ele salientou que a guerrilha, apesar do resultado, continua buscando a paz.

Numa disputa acirrada, os colombianos rejeitaram neste domingo o acordo de paz assinado entre o governo e as Farc. Cerca de 13 milhões dos 34 milhões de eleitores foram às urnas para a consulta popular. Do total, 50,22% votaram contra o acordo de paz e 49,77% a favor do documento.

Desta maneira, foi dada a última palavra sobre o acordo histórico que colocaria fim ao conflito armado. Com a vitória do não, o governo fica impedido de pôr em prática as medidas previstas no documento. 

Alcançado em agosto em Havana, após quatro anos de negociações, o acordo foi assinado pelo governo e pelas Farc na segunda-feira.  A cerimônia reuniu líderes mundiais como o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon; o secretário de Estado americano, John Kerry; além dos presidentes de Cuba, Raúl Castro, do Equador, Rafael Correa, e do Panamá, Juan Carlos Varela; e do rei Juan Carlos da Espanha. 

CN/efe/dpa/ap