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Checkpoint Berlim: Trem-fantasma

6 de março de 2017

Em Berlim, trens sem passageiros percorrem diariamente, há quase cinco anos, percurso até aeroporto ainda não inaugurado. Corrida custa milhões, mas é inevitável.

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Entrada da estação de trem do novo aeroporto de Berlim
Entrada da estação de trem do novo aeroporto de BerlimFoto: picture-alliance/dpa/B. Settnik

O atraso na inauguração do novo aeroporto de Berlim desencadeou um fenômeno curioso e caro. Todos os dias, vários trens-fantasma percorrem a linha que deveria ligar Berlim ao novo aeroporto da cidade. Essa corrida diária ocorre há quase cinco anos.

Clarissa Neher vive em Berlim desde 2008
Clarissa Neher vive em Berlim desde 2008Foto: DW/G. Fischer

Sozinhos, maquinistas conduzem seu objeto de trabalho pelos trilhos e túnel próximos à estação "Aeroporto Berlim Brandemburgo", que está pronta desde junho de 2011. Mas sem a inauguração do local que receberá no futuro os visitantes da capital alemã, ela não tem autorização para funcionar. Mesmo se tivesse, não teria passageiros.

Agora, quando passageiros vão utilizá-la? A pergunta permanece sem resposta. O governo tenta solucionar todos os problemas estruturais que surgiram na obra do novo aeroporto neste ano, para que ele seja finalmente inaugurado em 2018.

Difícil acreditar neste prazo, depois de vários adiamentos ano após ano desde 2011. Apesar do fiasco, a obra serviu para mostrar ao mundo que os clichês sobre a maravilhosa e perfeita engenharia alemã não passam de clichês, devido aos tantos problemas que surgiram e continuam surgindo na construção.

Enquanto a inauguração não chega, os trens-fantasma continuam em operação. Apesar de cara – em 2013, a estimativa era que essa manutenção custava 2 milhões de euros por mês –, as corridas diárias são necessárias para a ventilação do túnel e da estação, evitando desta maneira o surgimento do mofo e a deterioração da infraestrutura.

Clarissa Neher é jornalista freelancer na DW Brasil e mora desde 2008 na capital alemã. Na coluna Checkpoint Berlim, publicada às segundas-feiras, escreve sobre a cidade que já não é mais tão pobre, mas continua sexy.