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China e UE entram em acordo sobre preços de painéis solares

CN/dpa/rts/DW2 de agosto de 2013

Placas fotovoltáicas vindas da China para Europa terão preço minímo e quantidade limitada. Acordo foi fechado depois de europeus terem denunciado chineses por prática de dumping.

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arbeit mit den Modulherstellern First Solar und dem Wechselrichterhersteller SMA. zugeliefert von: Gero Rueter copyright: BELECTRIC.com
Foto: BELECTRIC.com

A União Europeia (UE) e a China chegaram a um acordo na disputa sobre o preço dos painéis solares chineses. A discrepância dos valores gerou conflito e queixa de prática de dumping – os fabricantes asiáticos chegavam a vender painés até 50% mais baratos que os europeus. Depois de negociações, o plano foi aprovado nesta sexta-feira (02/08) pelo bloco europeu e passa a valer a partir da próxima terça-feira.

Segundo diplomatas, o acordo prevê que placas solares chinesas deverão custar no mínimo 56 centavos de euro por watt. Outra medida limita a potência máxima do total de placas importadas da China a sete gigawatts por ano.

A China é a maior produtora mundial de placas solares e foi acusada pelos europeus de financiar ilegalmente os fabricantes locais – o que teria forçado a queda dos preços. Em 2012, a capacidade instalada de painéis chineses em território europeu somou 13 gigawatts. Para 2013, a Comissão Europeia conta com um forte recuo do setor e prevê um aumento de apenas dez gigawatts.

Karel De Gucht, comissário de Comércio da UE, afirma que a medida estabilizará o mercado europeu de painéis solares e irá frear a queda dos preços, além de "reparar os danos causados na indústria europeia pela prática de dumping".

Os europeus afirmam que 70% dos fabricantes chineses aceitaram o acordo. Os outros 30% pagarão já a partir de agosto tarifas alfandegárias antidumping. O comprometimento voluntário dos asiáticos deve durar até o fim de 2015.

Karel De Gucht, EU Kommissar Handel Solarenergie Streit China
Para De Gucht, acordo estabilizará o mercadoFoto: picture-alliance/dpa

Alívio e revolta

Para o governo de Pequim, o acordo é o resultado de "um comportamento pragmático e flexível" de ambos os lados. O ministro alemão da Economia, Philipp Rösler, já havia se mostrado satisfeito com a resolução. "Uma solução negociada é melhor do que um conflito que poderia prejudicar toda a relação comercial", afirmou em Berlim no início da semana.

O especialista em energia do Partido Verde no Parlamento Alemão (Bundestag), Hans-Josef Fell, também aprovou a negociação. "A desistência das tarifas punitivas é positiva. Assim, será possível continuar a ampliação na Europa da produção de energia com painéis solares."

Mas Fell criticou a aplicação de preços mínimos. Segundo o especialista, essa medida impede reduções nos preços. "Dessa maneira, o forte crescimento do mercado tornará difícil a proteção climática e a mudança na matriz energética."

O acordo gerou protestos antes mesmo de ser oficializado. No início da semana, a iniciativa dos fabricantes europeus ProSun, que denunciou a prática de dumping em Bruxelas, mostrou-se revoltada. O presidente do órgão e porta-voz do grupo alemão SolarWorld, Milan Nitzschke, chamou a solução de escandalosa. "A Comissão Europeia atendeu a China de maneira a ultrapassar os limites do direito comercial europeu", disse. Ele acusou a UE de se deixar levar pelas chantagens da China. "É uma permanente prova de poder e o governo chinês se comporta como o Al Capone do comércio mundial."