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Cidades aceleram para proibir carros a diesel

Nils Zimmermann ca
27 de fevereiro de 2018

Cada vez mais municípios investem para melhorar a qualidade do ar urbano, limitando o número ou os modelos de automóveis que podem circular nas zonas centrais.

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Stau in Stuttgart
Engarrafamentos em Stuttgart poderão em breve ser históriaFoto: picture-alliance/dpa/M. Murat

Cada vez mais cidades europeias estão investindo em projetos para melhorar a qualidade do ar urbano, limitando o número ou os modelos de automóveis que podem circular nas zonas centrais.

Nesta terça-feira (27/02), por exemplo, a Justiça alemã deu sinal verde para que as cidades decidam se querem proibir a circulação de carros a diesel.

Leia também: Justiça alemã agiu onde políticos falharam

Os carros a diesel estão entre as piores fontes de poluição atmosférica urbana. Em dezembro de 2016, os prefeitos de Paris, Madri, Atenas e Cidade do México anunciaram planos para banir de suas estradas veículos e vans movidos a esse tipo de combustível até 2025.

Oslo

Até agora, a tendência na maioria das cidades foi impor proibições de carros apenas em casos de emergência, quando a poluição do ar estivesse particularmente elevada. Durante as inversões térmicas, por exemplo, uma camada fria de ar permanece ao nível do solo por baixo de uma camada mais quente, confinando a poluição atmosférica na parte mais baixa. As inversões são comuns em algumas cidades, como em Oslo, na Noruega.

Em 17 de janeiro de 2017, sob o efeito de uma inversão, Oslo proibiu pela primeira vez a maioria dos carros a diesel durante o dia. O tráfego diminuiu 30%, e a cidade estimou que os níveis de poluição do ar tenham sido reduzidos em um quarto  – mesmo com exceções. Caminhões, táxis, ambulâncias, veículos de polícia e outros carros oficiais movidos a diesel estiveram isentos. Seis grandes autoestradas também permaneceram abertas aos automóveis a diesel.

Os vereadores da cidade perceberam que uma proibição mais ampla de motores a diesel poderia melhorar drasticamente a qualidade do ar de Oslo. Em junho de 2017, a Câmara de Vereadores da capital norueguesa decidiu espantar os carros do centro da cidade ao proibir estacionamentos a partir de 2019. Oslo também se comprometeu a investir fortemente nos transportes públicos e priorizar o tráfego de bicicletas em 60 quilômetros de estradas que atualmente dão prioridade à circulação de automóveis.

Londres

Com algumas exceções, a prefeitura londrina cobra já há 15 anos um pedágio de 11,5 libras (53 reais) de veículos que circulam no centro da capital britânica, diminuindo assim engarrafamentos e a poluição do ar.

Desde o fim do ano passado, automóveis a diesel ou a gasolina anteriores a 2006 e que não respondam às normas europeias de emissão de poluentes são obrigados a pagar praticamente o dobro da taxa que pagavam anteriormente, se quiserem circular no centro de Londres. O imposto vale para os veículos que andarem na cidade entre 7h e 18h, de segunda a sexta-feira.

Madri

A capital espanhola é rica em boa arquitetura, tornando-a atraente para os pedestres. Ela já possui muitas ruas proibidas para carros que não sejam veículos de emergência ou de entrega. Mas a cidade está parcialmente cercada por montanhas, que confinam a poluição atmosférica. Três quartos dessa névoa poluente (smog) provêm de carros.

Os urbanistas estão redesenhando 24 das ruas mais movimentadas do centro da cidade para liberá-las do tráfego de automóveis. Caminha-se para transformar quase todo o centro de Madri em zona de pedestres nos próximos cinco anos. As tarifas de estacionamento para veículos de alta emissão serão maiores do que para os de baixa emissão, como carros elétricos.

Paris

Os carros com motores a gasolina ou a diesel serão banidos das ruas de Paris a partir de 2030. A capital francesa já proibiu os veículos a diesel construídos antes do ano 2000, que são mais poluentes que modelos mais novos.

Copenhague

A capital da Dinamarca é uma das melhores cidades do mundo para se andar de bicicleta. Ela começou a projetar a sua zona de pedestres no centro já na década de 1960, construindo desde então 300 quilômetros de vias exclusivas para bicicletas. Novas ciclovias estão sendo instaladas, chegando até os subúrbios.

A taxa de proprietários de automóveis em Copenhague é uma das mais baixas da Europa. Mesmo no inverno, a bicicleta é utilizada todos os dias por metade dos trabalhadores para chegar ao emprego. O prefeito de Copenhague, Frank Jensen, disse em outubro passado que, em breve, vai propor uma legislação para banir novos carros a diesel no início de 2019.

Helsinque

A capital da Finlândia não propôs nenhuma proibição de carros a diesel para um futuro próximo. Em vez disso, está bancando um plano de dez anos para criar um sistema intermodal de "mobilidade on-demand", que vai integrar todas as formas de transporte público e transporte compartilhado da cidade: ônibus, carros sem motorista, um serviço de micro-ônibus ponto a ponto chamado Kutsuplus, bicicletas urbanas compartilhadas, balsas, etc.

Tudo será acessível através de um único aplicativo de smartphone. A ideia é tornar o sistema tão bom que quase ninguém precise usar carros particulares, porque será mais barato e mais conveniente utilizar o sistema de mobilidade integrado da cidade.

Outros casos

O governo da Noruega já estimulou um boom nas vendas de veículos elétricos por meio de generosos subsídios e regras que favorecem seu uso. Em 2017, o país escandinavo anunciou que proibiria as vendas domésticas de novos carros a diesel e a gasolina a partir de 2025 – mais cedo de qualquer outra proibição desse tipo no mundo.

Outros países, incluindo França, Alemanha, Índia e China, disseram que seguiriam o exemplo, embora alguns ainda não tenham estabelecido cronogramas firmes.

A França comprometeu-se a proibir até 2040. O governo da Índia disse que planeja coibir as vendas de novos carros movidos por motores de combustão interna até 2030. O futuro da Índia é elétrico, e também o da China. Com esses dois gigantes abrindo o caminho, o resto do mundo provavelmente os seguirá.
 

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