1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Colombianos voltam às ruas em protesto pela paz

13 de outubro de 2016

Milhares de manifestantes prestam apoio ao acordo de paz assinado entre governo e Farc, mas rejeitado recentemente em consulta popular. Em Bogotá, colombianos se reúnem na Praça Bolívar para a chamada Marcha das Flores.

https://p.dw.com/p/2RAer
Kolumbien Friedensdemo
Foto: Kaeufer/Moser

Milhares de colombianos voltaram às ruas nesta quarta-feira (12/10) em apoio ao acordo de paz entre o governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que pode pôr fim aos 52 anos de conflito armado no país. O pacto, assinado em setembro, foi rejeitado em plebiscito no início do mês.

Na capital Bogotá, uma multidão de estudantes, camponeses e indígenas se reuniram na Praça Bolívar, no coração da cidade, portando velas, flores e bandeiras brancas para a chamada Marcha das Flores. Vítimas da violência erguiam fotos de parentes mortos durante o conflito.

"Nós, vítimas, estamos em um estado de limbo. Precisamos do acordo agora", afirmou Diana Gomez, de 38 anos, cujo pai era ativista pela paz e foi morto há cerca de uma década.

"Protesto porque é preciso mostrar ao país que a paz, se pode ser alcançada, não é só uma questão de voto, mas de vontade dos cidadãos. Nós, colombianos, estamos nos reunindo para dizer às vítimas que estamos com elas tentando lutar por um país em paz", disse a indígena María Piraján, de 26 anos.

"Todos os colombianos devem trabalhar pela construção da paz. Devemos nos esforçar por um futuro melhor, e o perdão é o melhor exemplo que podemos dar", opinou Carmenza Pinto, de 64.

Colombianos marcham pela paz

Com o lema "acordo já", essa é a segunda grande manifestação em Bogotá desde a consulta popular de 2 de outubro, quando os eleitores rejeitaram, com diferença mínima, o acordo de paz assinado entre o governo e as Farc no final de setembro, após anos de negociações.

O acordo contemplava o abandono das armas pela guerrilha e sua transformação em movimento político. A nova agremiação deveria ocupar dez assentos no Congresso, segundo previa o pacto.

Com a derrota em plebiscito, o presidente Juan Manuel Santos, agraciado neste ano com o Nobel da Paz, negocia com a oposição a implementação de ajustes ao trato, na tentativa de fazê-lo prosperar.

Em mais de cinco décadas, o conflito na Colômbia, o mais longo da América, já provocou a morte de mais de 220 mil pessoas e deixou quase 8 milhões de deslocados internos.

EK/ap/rtr/ots