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Com o laboratório na garupa

Roselaine Wandscheer13 de janeiro de 2003

Empresa alemã faz minilaboratórios que, presos aos animais marinhos, emitem informações sobre sua localização, alimentação e propriedades da água. Equipamento é usado para estudar baleias, focas e pingüins.

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Microeletrônica pode ajudar a prevenir doenças em focasFoto: AP

Pesquisar a qualidade da água do mar nas costas de animais marinhos. Este é o objetivo de uma miniatura de laboratório desenvolvida por uma empresa do norte da Alemanha. O equipamento, pesquisado e desenvolvido pela empresa Driesen + Kern, de Bad Bremstedt, tem o tamanho de uma carteira de cigarros e pode ser fixado nas costas de baleias, focas ou pingüins.

A coleta de material pode ajudar, ainda, na prevenção de epidemias entre as focas no norte da Europa. No ano passado, um vírus dizimou 22 mil destes animais, entre a Irlanda e a Noruega. Mas não só a fauna pode ser analisada desta maneira, também o meio ambiente marinho e os índices de poluição da água.

O minilaboratório já foi usado em projetos na Antártida e sua próxima missão deve começar em fevereiro, no Mar Báltico. Hans-Hermann Driesen, diretor da firma que inventou o aparelho, conta que o coletor de dados mede as propriedades físicas da água, como temperatura, níveis de oxigênio, pH, condutibilidade e infiltração de luz.

Cooperação com o Instituto Fraunhofer

O princípio não é novo, mas pela primeira vez engenheiros e físicos alemães conseguiram compactá-lo desta maneira. "O mais complicado foi miniaturizar a eletrônica responsável pela avaliação dos dados, pois os microchips tinham de caber na diminuta placa de circuito impresso", explica o empresário e físico Hans-Hermann Driesen. Outro desafio foi a bateria, obrigada a resistir pelo menos alguns meses.

O minicérebro eletrônico foi desenvolvido em cooperação com o Departamento de Fiabilidade e Microintegração do Instituto Fraunhofer. O pequeno laboratório coleta e arquiva as informações reunidas por sete aparelhos de medição, uma maravilha da microeletrônica.

Uma bússola e sensores de pressão revelam aos cientistas onde e a que profundidade o animal está nadando. Um sensor de luz pode revelar até se ele se alimenta de dia ou à noite.

Acompanhar rota dos botos

Nas pesquisas realizadas na Antártida, Driesen explica que, através da variação de temperatura registrada pelos sensores, foi possível avaliar inclusive a quantidade diária de krill consumida pelos pingüins. Os minilaboratórios são feitos de titânio e plástico. Com os pingüins, já atingiram uma profundidade de 248 metros, mas segundo seus inventores agüentam até 500 metros.

O chefe da equipe de engenheiros que desenvolveu o equipamento afirmou que, provavelmente a partir de fevereiro, a Universidade de Kiel deverá usá-lo num projeto de maior amplitude. O objetivo é acompanhar a rota dos botos (Phocoena phocoena) do Mar Báltico e ao mesmo tempo analisar as condições da água nos seus locais preferidos.

O pequeno aparelho desprende-se sozinho quando sua memória está esgotada, subindo para a superfície. Sua localização é então transmitida aos pesquisadores através do sistema de posicionamento global GPS.