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Comemorado em Berlim centenário de "Os Sertões"

Carlos Ladeira26 de outubro de 2002

O segundo dia do simpósio realizado na capital alemã enfocou as atividades literárias e cinematográficas no Brasil, na passagem do século 19 para o 20.

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Na sexta-feira (25), os participantes do simpósio realizado em Berlim em comemoração do centenário do lançamento de Os Sertões, de Euclides da Cunha, abordaram temas como "Políticas de línguas no Brasil e na América Latina", "Euclides da Cunha, um patriota brasileiro na época do imperialismo", "Sílvio Romero, a justificação de uma literatura brasileira nacional", "O Brasil intelectual por volta de 1900", "O Brasil e os Estados Unidos na virada do século 19: imagens de alteridade, construções de identidade" e "O naturalismo brasileiro no livro O Cortiço, de Aluísio de Azevedo, dentro de um contexto latino-americano".

Primórdios da cinematografia

— Num outro enfoque, Ute Hermanns, especialista em cinematografia latino-americana do Instituto Latino-Americano da Universidade Livre de Berlim, dissertou sobre "os primórdios da cinematografia no Brasil; os aspectos sócio-políticos desde 1888, com o fim da escravidão e da monarquia, em 1889; as inovações técnicas e importação de métodos e materiais, em vez de um desenvolvimento nacional; a presença de cineastas filhos de imigrantes, concomitantemente com a ausência de uma indústria cinematográfica nacional, apesar do aparecimento intuitivo das bases que vieram a sustentar o cinema brasileiro".

Diálogo hipotético

— A brasileira Ligia Chiappini, também professora da Universidade Livre de Berlim, falou de "João Simões Lopes Neto e Javier Viana: dois escritores fronteiriços e um diálogo hipotético". A obra do escritor brasileiro e a do uruguaio, ambos pouco conhecidos fora de seus países, têm importância fundamental para toda a chamada "comarca pampeana".

A professora Chiappini acentuou que, "na América Latina, que demorou para ter seus sociólogos, antropólogos, politólogos e seus filósofos, tendo só recentemente uma historiografia liberta das amarras positivistas, a literatura foi a grande intérprete e a grande fazedora da História, papel que ainda hoje desempenha, colocando, indagando e propondo temas que continuam na ordem do dia, tais como o tema das identidades nacionais, regionais, étnicas, de gênero, o tema da violência, da resistência à dominação dos mais fortes sobre os mais fracos, e ainda a questão das fronteiras culturais e geopolíticas".