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Companhias aéreas alemãs interessadas em jatos da Embraer

Karl Morgenstern, dpa/rw10 de fevereiro de 2005

Enquanto Airbus e Boeing concorrem entre si com seus superaviões, aumenta procura por jatos regionais. Fabricante brasileiro tem boas chances no segmento de 70 a 120 assentos.

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Aviões de médio porte da Embraer têm grandes chances no mercado internacional

Os grandes fabricantes de aviões civis, Airbus e Boeing, têm pouco a oferecer na concorrência com a indústria de jatos regionais. A Boeing inclusive já decidiu suspender a fabricação do seu modelo 717, de 106 assentos, cujas turbinas BR715 eram fabricadas na cidade alemã de Dahlewitz. Apesar de sua eficiência e bom desempenho, a aeronave só deu prejuízo à central norte-americana.

Também a européia Airbus enfrenta sérios problemas para colocar no mercado seu jato de pequeno porte A318, com 107 assentos. No ano passado, foram vendidas apenas quatro unidades da aeronave produzida em Hamburgo, todas para a companhia aérea romena Tarom. Segundo informações do consórcio europeu, das 134 encomendas iniciais, apenas 61 ficaram de pé.

Embraer x Bombardier

Observadores acreditam que nos próximos 20 anos haverá uma demanda mundial de 7800 jatos com capacidade de 30 a 120 passageiros. Grande parte deles, isto é, três mil aviões, terão de ter entre 91 e 120 poltronas. Se o mercado de jatos regionais não deslancha para os gigantes mundiais da indústria aeronáutica, tanto maiores são as chances da canadense Bombardier e da brasileira Embraer.

Para muitos, a Bombardier errou ao ter priorizado o desenvolvimento e a produção do CRJ900, que comporta no máximo 90 poltronas, em detrimento do BRJ-X, que poderia levar 100 passageiros. Esta decisão favoreceu o fabricante brasileiro, sediado na cidade paulista de São José dos Campos. "São boas as expectativas para a família de jatos com capacidade de 50 a 108 assentos da Embraer", escreveu a agência alemã de notícias DPA, segundo a qual já há 170 encomendas para o novo EMB 190/195, de 98 e 108 assentos, e por isso concorrente do Boeing 717 e o A318/319.

Lufthansa havia apostado no Boeing 717

Ainda segundo a agência de notícias, "há muitos indicadores de que também a alemã Lufthansa e suas subsidiárias ampliarão a frota com jatos regionais de produção brasileira, embora a empresa alemã no passado tenha demonstrado preferência pelo Boeing 717. A Germanwings – empresa pertencente à Eurowings, uma subsidiária da Lufthansa − já chegou a adquirir duas aeronaves deste tipo".

Joachim Klein, presidente da Germanwings, e Stefan Sippel, diretor de compras da Lufthansa, estão muito satisfeitos com o 717, que consideram "muito econômico e muito confiável". Klein espera, inclusive, que ele continue sendo produzido, já que, na sua opinião, "o avião simplesmente é bom". Mas a companhia aérea alemã não tem pressa na renovação da frota, já que suas aeronaves ainda não são muito antigas.