Conferência Internacional pleiteia distribuição mais justa da água
7 de dezembro de 2001A Conferência Internacional sobre a Água Doce encerrou-se nesta sexta-feira, em Bonn, com a exigência de uma distribuição mais justa do precioso líquido no mundo e pelo seu aproveitamento sustentável. Os delegados de 130 países aprovaram um catálogo de 26 medidas que será apresentado na Conferência Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável, a realizar-se em Johanesburgo, na África do Sul, em setembro do ano que vem.
A ministra da Cooperação Econômica e Desenvolvimento da Alemanha, Heidemarie Wieczorek-Zeul, acentuou que a água não é apenas a chave do desenvolvimento sustentável, como também de importância decisiva para maior justiça e paz. Para seu colega do Meio Ambiente, Jürgen Trittin, a água é de primordial importância no combate à pobreza, "a mais tóxica das substâncias existentes no meio ambiente".
Metas
- O documento de encerramento da conferência estabelece que os governos devem trabalhar no sentido de fornecer a cada pessoa o mínimo de 50 litros de água potável por dia, para seu abastecimento básico. O objetivo é reduzir à metade, até 2015, a parcela da população mundial que não tem acesso à água limpa (atualmente, 1,2 bilhão de pessoas).A ministra Wieczorek-Zeul chamou a atenção para estudos segundo os quais, para atingir essa meta, seriam necessários investimentos anuais de US$ 180 bilhões, em todo o mundo, enquanto no momento são aplicados apenas entre US$ 70 e 80 bilhões.
A política social-democrata louvou ainda os representantes da iniciativa privada presentes à conferência, que anunciaram a elaboração de um código de conduta visando a combater a corrupção em grandes projetos hídricos.
Outra conclusão importante da conferência de Bonn foi o reconhecimento da necessidade de intensificação dos esforços e investimentos no tratamento dos esgotos, ao qual 2,5 bilhões de pessoas no mundo não têm acesso.
Para a Cúpula de Johanesburgo, está prevista a aprovação de uma Carta Mundial da Água. A comunidade mundial precisa conscientizar-se de quão "dramático é esse desafio", afirmou Wieczorek-Zeul, considerando que a todo ano morrem 11 milhões de crianças e adolescentes no mundo, ou de fome, ou por beberem água contaminada.