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CONSTITUIÇÃO EUROPÉIA

4 de junho de 2005

Os leitores participaram esta semana enviando comentários bastante variados, refletindo assim a diversidade dos temas enfocados em nossas páginas. Leia aqui, vale a pena!

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O grande problema que envolve plebiscitos como estes, que estão surgindo para ratificar de vez a Constituição Européia, é a inevitável influência de dificuldades locais. Dificilmente o cidadão comum vota consciente num projeto, sem considerar o seu "prejuízo" pessoal. Aqui no Brasil teremos em breve um referendo sobre "desarmamento da população". Acredito que não será diferente: problemas locais, muitas vezes alimentados por políticos aventureiros, interferem não só na decisão como principalmente na interpretação do cidadão.

Gabriel Hammerschmidt

CONSTITUIÇÃO PARA O MERCOSUL?

Acredito ser difícil, bem como improvável, que se venha a criar uma "Constituição do Mercosul". Esse bloco é apenas um acordo para abertura de fronteiras econômicas e que dificilmente evoluirá, tal como a UE, para uma ampla comunidade política continental. Porém, mesmo considerando a hipótese de que um dia o Mercosul pudesse vir a se tornar uma "Comunidade da América do Sul", não aprovaria tal Constituição, pois isso representa, ao menos simbolicamente, uma queda na soberania do Estado-membro mais pobre em prol dos Estados-membros mais ricos. Também representaria uma ruptura nos princípios e valores defendidos pela Constituição interna, tenham sido aprovados democraticamente ou não.
A democracia de cada um representaria um outro problema à parte, pois bem sabemos que a democracia do Brasil é muito diferente da existente no Uruguai e na Argentina, sem falar dos demais países, que vêm apresentando situações instáveis. Acredito que talvez a maioria do povo brasileiro pudesse aprovar um documento nesse sentido se a mídia eletrônica fizesse grande propaganda favorável. Porém isso não me faz favorável a essa idéia. (...) Uma Constituição implica grande responsabilidade.

Everton

CAMPANHA ANTITABACO

Sim, acredito que o humor pode ajudar a conscientizar fumantes em relação aos riscos que o cigarro oferece. As pessoas não se preocupam com cigarro porque fumar tornou-se um hábito glamouroso, requintado. Diferente de quem sofre de obesidade ou alcoolismo, o fumante em muitos casos é considerado "cool". O humor e a exposição ao ridículo podem trazer resultados significativos no combate ao fumo.

Fabio Fischer de Andrade

ELITES BRASILEIRAS

Responder diretamente à pergunta se "as elites brasileiras não têm a responsabilidade de classes dirigentes" significa cair na armadilha de uma lógica européia de relações simbólicas.

Primeiro porque a entrevista com Gilles de Staal não procura, em nenhum momento, apreender e debater sociologicamente o que sejam essas tais "elites". Pode-se presumir "quem" sejam, mas essa será uma presunção retórica, etérea, irremediavelmente inconsistente. Quem são as elites e onde elas estão num sistema de relações sociais como o brasileiro? Como se lhes pode imputar uma agentividade concreta, facilmente delimitável? Elas constituem um bloco homogêneo para que a questão anterior seja presumida como pacífica? O setor sindical organizado, por exemplo, que hoje, em certa medida, ascendeu ao poder formal da República junto com Lula, faria parte dessas elites? Se não faz, toda sua eventual intervenção (administrativa, legal, normativa) na política e na regulação da vida social é apenas um fantasma sem substância? Como se poderiam, então, determinar as ações substantivas de elites "substantivas"? Seriam as ações que determinariam as elites, ou a assunção prévia de algo como "elite" que determinaria as ações que devam ser entendidas como "direção" ou "omissão"? Nada está claro nas afirmações de Staal, e ele, na verdade, parece muito distante da compreensão de qualquer coisa que diga respeito às lógicas mais complexas que perpassam a sociedade brasileira. (...)
De fato, as simplificações dos europeus (do Sr. Staal e dos jornalistas da Deutsche Welle) estão MUITO distantes do entendimento da complexidade social latino-americana. Só me resta repetir o mestre Tom Jobim: "O Brasil não é para principiantes".

Ricardo Cavalcanti-Schiel, antropólogo

EFEITO ESTUFA

A mudança já está acontecendo. As pessoas não se dão conta ou simplesmente ignoram as conseqüências do efeito estufa, que está acabando com o nosso meio ambiente. Espero que os grandes líderes deixem de se preocupar em conquistar territórios, perdendo seu tempo e o de todos nós, gastando energia em guerras que no final provocam nossa própria destruição, e comecem a pensar em uma solução radical e sábia, como por exemplo a de começar a usar um combustível que não prejudique o meio ambiente – o hidrogênio líquido. Assim estaremos minimizando, ou retardando pelo menos, o processo de transformação em nosso ecossistema, que pode levar até ao exterminio da raça humana.

Leonardo Ramos

VIGILÂNCIA POLICIAL VIA SATÉLITE

A vigilância policial deve e tem o direito de utilizar todas as tecnologias disponíveis. As tecnologias da vigilância policial devem estar sempre à frente das tecnologias utilizadas pelos criminosos. Não é admissível que o Estado, os países sofram ataques, a sociedade sofra as conseqüências dos atos de pessoas criminosas, sem dar uma resposta correta, rápida e justa. No caso do Brasil, pouco adianta utilizar tecnologia via satélite para combater os criminosos. O que falta é aplicar a lei e punir os transgressores, os bandidos, os marginais, os corruptos, os mentirosos, os safados, os políticos corruptos, os sonegadores, etc... Escrevo isto com tristeza, mas é a nossa realidade.

Nelson Nalini

CALÇADOS BRASILEIROS

Os calçados brasileiros são, de longe, os mais imaginativos no comércio mundial; talvez isto se deva à riqueza de raças e culturas presentes no Brasil. Acredito, contudo, que o mercado brasileiro é muito bom na hora de modificar formas e apetrechos, mas é falho na configuração de novas formas, de novos modelos, de modelos que sejam tipicamente nacionais! O que temos hoje no mercado mundial que seja exclusivamente configuração brasileira? Os chinelos estilo havaianas? Concorda-se que sim; no entanto o que mais? Não consigo encontrar um só par de sapatos que represente a cultura (seja de qual região for) de nosso país. Imaginação não é o que falta, talvez nos falte o incentivo e a idiossincrasia para reconhecermos que não necessitamos modificar e moldar formas pré-existentes, quando temos capacidade e criatividade para criar e patentear. Eles (o resto do mundo) que tratem de nos copiar então. Quando isto ocorrer, com a criatividade e a mistura de raças que temos, não haverá qualquer potência que nos ultrapasse, mas poderá haver muitas que nos copiem. Isto fará um bem enorme para o nosso ego. Quem sabe, com um pouco mais de incentivo de nosso governo e de nossas fábricas para que motivem seus designers, não poderemos ver o Brasil nos pés de todos, hein?!

Carina Bonatto

TROCAR O BRASIL PELA EUROPA

Acompanho a série de entrevista com jogadores brasileiros que têm deixado o Brasil para arriscar-se na Europa. Respondo a esta questão do mesmo ponto de vista, porém de uma área um pouco diferente do futebol.

Deixei o Brasil em agosto de 2003, logo após finalizar meu mestrado na Universidade de São Paulo. Mesmo tendo a possibilidade de fazer um bom doutorado no mesmo laboratório, decidi me "arriscar". Fui aprovado para uma bolsa de PhD pela Universidade do Texas e pela Universidade de Colônia. Decidi-me pela Alemanha por ser a área de estudo mais interessante e pelo programa "Graduate School" parecer-me mais conveniente. Infelizmente, como os jogadores de futebol, precisamos não só do salário para viver, mas de fatores igualmente importantes como infra-estrutura, segurança, ambiente de trabalho com pessoas experientes, dentre outros requisitos que, quando colocados na balança, definem ou não a escolha para deixarmos a nossa pátria.
Não tenho dúvidas de que assim que conseguir a capacitação necessária voltarei ao Brasil para construir minha carreira profissional. Porém, a experiência de um doutorado na Alemanha sem sombra de dúvidas será como o "trampolim" que o jogador Edu Gonçalves mencionou em sua entrevista à DW-WORLD, para o tão sonhado "time de ponta".

Henrique Marques de Souza

GUERRA NA LITERATURA ONLINE

É extremamente salutar. É preciso haver diversidade. Quantos tesouros não existem, por exemplo, no Leste Europeu e em outras regiões que não aparecem porque não existe espaço, divulgação e mesmo traduções. É preciso haver disponibilidade em outras línguas, não somente o inglês, e as traduções são importantes para divulgar esses diversos tesouros espalhados por outras regiões do planeta. Todos devem auferir ganhos na infovia que não deve prevalecer como meio de dominação por parte daqueles que primeiramente a instalaram.

João Gualberto Pinheiro Junior

PESQUISA ESPACIAL

Acho da maior importância os investimentos em pesquisas espaciais. A tecnologia espacial ainda está muito primitiva. Será preciso muito desenvolvimento nesta área, para que projetos mais ambiciosos, de se conhecer planetas e sistemas de planetas mais distantes, venham a ser uma realidade. Foi graças a investimentos em tecnologia espacial que hoje dispomos de vários recursos muito importantes na área da saúde, da educação, da comunicação, dos transportes, etc...

Nelson Nalini