1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Assembleia Constituinte do Egito vota projeto de Carta Magna

29 de novembro de 2012

Proposta para nova Constituição do país deve ser votada às pressas para tentar pôr fim a protestos contra controverso decreto do presidente Mohamed Morsi.

https://p.dw.com/p/16sRB
Foto: picture-alliance/dpa

A Assembleia Constituinte do Egito quer votar nesta quinta-feira (29/11) o projeto da nova Constituição do país. A Irmandade Muçulmana, que tem maioria na Assembleia, juntamente com salafistas, quer, com a aceleração do processo constitucional, calar os protestos iniciados desde que o presidente Mohamed Morsi emitiu decreto ampliando seus próprios poderes. Morsi agendou para esta quinta um pronunciamento à nação, em que prometeu falar sobre o decreto.

"Os debates sobre o projeto de Constituição terminaram hoje e devem ser seguidos por uma votação", afirmou na quarta-feira Ahmed Darrag, secretário-geral da Assembleia Constituinte, em comunicado divulgado pela agência Mena. Hossam al-Ghariani, que preside a Assembleia, apelou aos representantes que abandonaram o grêmio para que retornem para a votação.

Assim que o projeto de constituição for aprovado pela Assembleia Constituinte e ratificado pelo presidente – o que deve ocorrer no fim de semana – um referendo será convocado dentro de 15 dias. Se a Constituição for aprovada no referendo, os poderes legislativos passam de Morsi para a Câmara Alta do Parlamento.

"Essa é a saída. Depois do referendo, todos os decretos constitucionais anteriores, incluindo aqueles de março de 2011 e o atual, que provocou todo esse tumulto político, perderão efeito dentro de 15 dias", disse o porta-voz da Irmandade Muçulmana, Mahmoud Ghozlan.

Reação violenta

Mursi spricht zu seinen Anhängern
Presidente Morsi: pronunciamento para defender decretoFoto: picture alliance / dpa

Duas pessoas morreram e centenas ficaram feridas durante protestos em todo o país contra o decreto emitido por Morsi na quinta-feira passada, lhe dando amplos poderes e colocando-o acima do Judiciário. A medida aprofundou a divisão entre os islamistas e secularistas no país.

O decreto determinou que nenhuma instância judicial pode dissolver a Assembleia Constituinte, atualmente muito criticada por setores laicos e liberais. Eles reclamam que o grêmio é controlado pelos islamistas. A Constituição é um dos principais pontos da atual disputa entre Morsi e seus adversários de tendência laica, que se retiraram da Assembleia Constituinte, acusando os islamistas de tentarem impor seu projeto para o futuro do Egito.

Preparando o cenário para mais confrontos, a Irmandade Muçulmana e seus aliados islâmicos marcaram uma passeata pró-Morsi para o próximo sábado na Praça Tahrir, ocupada há sete dias por ativistas contrários ao governo.

A Irmandade Muçulmana, grupo islâmico que apoiou Morsi nas eleições para presidente em junho, espera acabar com a crise substituindo o polêmico decreto por uma nova Constituição, a ser aprovada por referendo popular. Os islamistas acreditam que poderão mobilizar eleitores suficientes para vencer o referendo. Eles ganharam todas as eleições realizadas desde a queda de Hosni Mubarak, no ano passado. Críticos afirmam que a pressa em aprovar uma nova Constituição pode piorar a situação.

MD/lusa/rtr
Revisão: Francis França