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Contos de fadas como auto-ajuda

sm19 de dezembro de 2004

As imagens dos contos de fadas, e também das histórias bíblicas, ajudam as pessoas a viver. Não há por que poupar as crianças da crueldade dos contos de fadas, pois só quem sabe agüentar o medo aprende a ter coragem.

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Crueldade dos contos de fadas assusta menos que a realidadeFoto: Bilderbox

Os contos de fadas e histórias religiosas ajudam a aprender a viver e encorajam as pessoas, segundo especialistas. "Muitas pessoas passaram a estranhar a religião e suas imagens. Mas precisamos de imagens para entender a nossa vida", comenta o presidente da Sociedade Européia de Contos de Fadas, Heinrich Dickerhoff. "As imagens dos contos de fadas ajudam a dar orientação", diz ele.

Para Dickerhoff, a história bíblica de Natal, por exemplo, com a imagem do Menino Jesus no presépio, transmite a mensagem de não se deixar desencorajar. Assim como os contos de fadas, a história de Natal daria força às pessoas, em sua opinião.

Lições para crianças e adultos

Os contos de fadas mostram formas possíveis de viver. "Ou a gente interfere nas coisas e toma as rédeas nas próprias mãos, ou então tem que se resignar à constante infelicidade", diz o teólogo. Contos de fadas celtas e japoneses, por exemplo, podem ensinar aos homens como lidar com rivalidade e com as mulheres. Doentes e moribundos seriam os principais beneficiados pelos contos de fadas: "Através da narrativa, eles conseguem falar de seus sentimentos e da morte".

Nos anos 70, os contos de fadas passaram a ser rejeitados pela sociedade por causa de sua crueldade. Mas de uns tempos para cá, aumenta o número de leitores e ouvintes desta forma de ficção. "Os contos de fada não mostram um mundo idílico", lembra Dickerhoff, "e só assim é que podem ser úteis para a vida". Para ele, as crianças não deveriam ser poupadas do terror contido nos contos de fadas: "Só quem consegue agüentar o medo pode aprender a ter coragem".

Para enriquecer o vocabulário

A maioria das crianças nem acha as histórias tão brutais. No entanto, é possível que João e Maria, por exemplo, aumente a insegurança de crianças que já se sentem rejeitadas pelos pais. "A figura concreta da mãe que abandona seus filhos dá muito mais medo que uma bruxa."

Tendo em vista o estudo Pisa de eficiência escolar, os contos de fada também seriam um instrumento adequado para melhorar a expressão e o aprendizado da língua. "Contos de fadas são verdadeiras riquezas lingüísticas", ressalta Dickerhoff, "com a vantagem de serem absolutamente acessíveis". Ele recomenda aos professores que narrem contos de fadas aos seus alunos e os incentive a declamar mais poemas. "Estes textos enriquecem enormemente o vocabulário."