1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Corrupção

26 de outubro de 2010

Brasil mantém em 2010 a pontuação alcançada no ano anterior no Índice de Percepção da Corrupção, o mais conhecido dos três indicadores calculados pela organização berlinense.

https://p.dw.com/p/PoWH
Foto: picture-alliance/dpa

A corrupção no mundo continua em níveis alarmantes, segundo a Transparência Internacional. Em três quartos dos 178 países analisados pela organização continuam existindo problemas – em parte graves – associados ao fenômeno, afirma o relatório de 2010 divulgado pela ONG nesta terça-feira (26/10) em Berlim.

A maioria dos países registra altos índices de corrupção, um sinal alarmante quando se busca soluções para problemas como as mudanças climáticas ou o combate à pobreza em países em desenvolvimento, afirmou a presidente da Transparência na Alemanha, Edda Müller.

O Brasil manteve no relatório de 2010 a mesma pontuação alcançada em 2009 (3,7 pontos), mas melhorou sua colocação, passando da 75ª posição para a 69ª, devido à piora de outros países. As nações mais bem colocadas são Dinamarca, Nova Zelândia e Singapura, todas no 1º lugar, com 9,3 pontos. O país mais corrupto do mundo, segundo a ONG, é a Somália, que ocupa a última posição, com 1,1 ponto.

Três índices

A Transparência Internacional divulga com regularidade três índices de corrupção. O mais conhecido deles é o Índice de Percepção da Corrupção (Corruption Perceptions Index - CPI), usado para medir a percepção do grau de corrupção de funcionários públicos e políticos.

O CPI é um índice composto, criado a partir de 13 pesquisas, realizadas por dez instituições internacionais independentes. Elas consultam executivos e analistas especializados sobre a corrupção no setor público de seus países.

Esse ranking registra os dados de aproximadamente 180 países e o valor do índice vai de zero (completamente corrupto) a 10 (nenhuma corrupção). No topo estão os países nos quais a corrupção é percebida como pequena. Os últimos da lista são aqueles nos quais percebe-se um alto grau de corrupção.

Critérios subjetivos

Críticos apontam que esse índice só considera os corrompidos e que somente é avaliada a percepção da corrupção passiva, embora, para que ocorra o processo ilícito, sempre sejam necessários os dois lados, ou seja, o corruptor e o corrompido.

NO FLASH Symbolbild Korruption Geld Hände Transparenz
Foto: Fotolia/Milan Ljubisavljevic

O resultado disso é que os países industrializados acabam sendo considerados os menos corruptos, enquanto os países em desenvolvimento registram um alto grau de corrupção. Embora, em boa parte dos casos, sejam exatamente as empresas dos países ricos e industrializados do Hemisfério Norte as responsáveis pelo pagamento dos subornos.

Pagadores de suborno

A fim de corrigir essa distorção, a Transparência Internacional criou um índice adicional, chamado Índice de Pagadores de Suborno (Bribe Payers Index - BPI), que mede a probabilidade de que empresas de país exportadores estejam "molhando a mão" de políticos e autoridades no exterior. Esse índice é calculado a cada dois anos, mas ainda não é tão conhecido quanto o CPI.

A posição de um país no BPI resulta de consultas a empresários de mais de 20 países. Os executivos são questionados sobre a probabilidade de empresas de outros países se envolverem com corrupção quando negociam no seu país. Ou seja, avalia-se a percepção sobre a disposição das empresas estrangeiras – e, em consequência, dos países em que essas empresas têm sede – de corromper.

A partir dos dois índices – CPI e BPI – é possível traçar um panorama mais realista da corrupção no mundo.

Maior exatidão

Um terceiro índice registrado pela Transparência Internacional é o Barômetro Global de Corrupção (Global Corruption Barometer - GCB). Ao contrário do CPI e do BPI, que questiona única e exclusivamente especialistas e empresários, o barômetro da corrupção é formado a partir de questionários em massa, aplicados a fim de se medir a corrupção de fato e a percebida.

Pessoas são questionadas sobre a forma como percebem a corrupção nas empresas, na política, nos departamentos públicos e na vida privada, o que possibilita medir o fenômenos de forma diferenciada e, com isso, chegar a resultados mais exatos.

Autor: Zoran Arbutina (sv)
Revisão: Alexandre Schossler