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Mercedes vê mercado brasileiro com pessimismo

11 de setembro de 2015

Montadora alemã espera que a venda de caminhões em outras regiões compense a retração da demanda no Brasil. Executivo afirma que crise foi produzida internamente e que "escândalos paralisam tudo".

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Foto: picture-alliance/dpa

A montadora alemã Daimler prevê uma crise de longo prazo para seus negócios no setor de caminhões no Brasil. "Não espero nenhuma recuperação significativa nos próximos anos", disse Wolfgang Bernhard, membro do Conselho Administrativo da empresa, nesta quinta-feira (10/09).

Bernhard acredita que a situação vá ficar ainda pior até que o Brasil comece a se recuperar. Para ele, o país sofre de uma crise produzida internamente, e a grande questão é se o governo vai recuperar a capacidade de ação. "Os escândalos paralisam tudo", afirmou.

Segundo o executivo, grandes projetos de infraestrutura foram afetados, e, como resultado, a montadora verifica uma queda na demanda por caminhões. No primeiro semestre deste ano, a retração chegou a 44%.

Devido à crise de vendas, a Daimler, que produz caminhões da marca Mercedes fez um acordo com os representantes dos trabalhadores para a redução de horas de trabalho e pagamento proporcional na fábrica de São Bernardo do Campo, que tem 10 mil funcionários. Assim, a montadora com sede em Stuttgart evitou a demissão de 1,5 mil trabalhadores.

Bernhard acredita que provavelmente o mercado brasileiro leve três anos para se reaquecer. Também na China, o mercado está em retração, porque o governo não está implementando grandes projetos de infraestrutura no momento, disse. A expectativa é de que a demanda por caminhões caia de 30% a 40% no país.

Embora não existam sinais de melhoria no curto prazo no Brasil e na China, o mercado está favorável à Daimler nos Estados Unidos e na Europa. A líder mundial de caminhões prevê crescimento de 15% nos mercados europeu e americano neste ano e espera, assim, compensar as perdas em outros países.

MP/rtr