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DaimlerChrysler começa greve neste domingo

(gh)4 de maio de 2002

Economistas e governo advertem que a paralisação dos metalúrgicos pode prejudicar recuperação da economia alemã.

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O presidente do poderoso sindicato dos metalúrgicos, Klaus ZwickelFoto: AP

A greve nas indústrias do setor metalúrgico e elétrico da Alemanha começa, no domingo à noite (5), na matriz do maior grupo empresarial alemão, a DaimlerChrysler AG, em Sindelfingen. Cerca de dois mil operários do turno da noite vão paralisar suas atividades a partir das 22 horas.

Segundo fontes ligadas ao Sindicato dos Metalúrgicos (IG Metall), cerca de 48 mil funcionários de outras 20 empresas do Estado de Baden-Württemberg param a partir das 6:00 horas de segunda-feira (6).

Exagero - O presidente do IG Metall, Klaus Zwickel, e o dirigente do sindicato em Baden-Württemberg, Berthold Huber, participarão do início da greve na fábrica da Porsche, em Stuttgart-Zuffenhausen. Os metalúrgicos alemães pedem um aumento salarial de 6,5%. As empresas do setor ofereceram 3,3% e um abono único de 190 euros.

Em Sindelfingen, maior fábrica mundial da DaimlerChrysler, cerca de 32 mil operários deverão cruzar os braços até o turno da noite de terça-feira. Até a próxima sexta-feira, 87 empresas serão diretamente atingidas pelas paralisações.

Na fábrica da Mercedes-Benz em Sindelfingen, funcionários não filiados ao IG Metall puderam entrar com pedido de férias até esta sexta-feira, já que, durante a paralisação, não receberão ajuda financeira do fundo de greve.

Disputa interna - Na avaliação dos economistas e do governo, os sindicalistas estão brincando com fogo. "A greve dos metalúrgicos pode sufocar o frágil broto da recuperação econômica da Alemanha", dizem.

Especula-se que até mesmo Berthold Huber considera a reivindicação de 6,5% elevada demais. Ele teria sido forçado a apoiá-la, para não perder terreno para o vice-presidente do IG Metall, Jürgen Peters, na corrida à sucessão de Klaus Zwickel, no próximo ano.

O único resultado previsível da greve dos metalúrgicos é que as montadoras alemãs devem produzir menos automóveis nas próximas semanas. Pelos cálculos do Instituto da Economia Alemã, o prejuízo para as empresas é de 945 euros por dia por funcionário parado. "Se os 250 mil metalúrgicos sindicalizados do sudoeste alemão pararem cinco dias, a queda de faturamento será de € 1,2 bilhão", estima o instituto.