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Dioxina nas rações

10 de janeiro de 2011

Ministério alemão da Agricultura defende regras mais rígidas de controle de alimentos. UE não vê necessidade de proibir importação de ovos e carnes provenientes da Alemanha. Origem da dioxina continua não esclarecida.

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Laboratório em Berlim: busca da origem da substância tóxicaFoto: dapd

De acordo com as investigações realizadas até o momento, a origem da contaminação de animais e alimentos na Alemanha com a substância cancerígena dioxina está no estabelecimento Harles und Jentsch, localizado no estado de Schleswig-Holstein.

A empresa, segundo consta, adicionou graxas industriais à ração animal, fornecendo posteriormente o produto a milhares de propriedades rurais do país. No entanto, via de regra, os óleos industriais tampouco contêm dioxina. A ministra alemã da Agricultura, Ilse Aigner, sublinha que a procedência da substância tóxica continua, portanto, em aberto. Especialistas analisam o caso com afinco, em busca de um esclarecimento rápido.

Fungicida: explicação ou mera especulação?

Aigner sieht Risiken bei Kamera Drohnen
Ministra da Agricultura e Defesa do Consumidor, Ilse AignerFoto: picture alliance / dpa

A organização de defesa do consumidor Foodwatch declarou dispor de evidências de que a dioxina nas rações seria oriunda do fungicida pentaclorofenol (PCP).

Aigner, no entanto, descartou a afirmativa como mera especulação, da mesma forma que o Departamento Estadual da Baixa Saxônia para Defesa do Consumidor. A constatação da Foodwatch tampouco foi confirmada pelos engenheiros químicos alimentares do governo. A fabricação do PCP está proibida na Alemanha desde 1986, e seu emprego, desde 1989.

O secretário de Defesa do Consumidor do estado da Renânia do Norte-Vestfália, Johannes Remmel, reagiu com reservas à ideia de uma indenização para os agricultores cujas propriedades foram atingidas pelo escândalo. Em primeira linha, estes devem se dirigir diretamente aos fabricantes de ração animal, declarou o político do Partido Verde à emissora ZDF.

A Secretaria da Agricultura da Baixa Saxônia manifestou-se de forma semelhante, argumentando que o incidente não coloca em perigo a subsistência da maioria das propriedades rurais em questão.

A organização ambiental Greenpeace classificou a fiscalização alimentar na Alemanha como deficitária, pois o autocontrole por parte dos próprios estabelecimentos comerciais não é suficiente. Os ambientalistas instaram a ministra Aigner, a agir.

Comissão Europeia contra proibir importações

O governo alemão irá se reunir em caráter extraordinário para debater o escândalo e definir regras mais rígidas de controle alimentar no país. "Este caso precisa ter e terá suas consequências", disse Aigner em Berlim, após se reunir com representantes do setor.

A Comissão da UE classificou como exagerada a reação de determinados países importadores, ao proibir a entrada de carne e ovos provenientes da Alemanha. Segundo porta-voz do comissário de Defesa do Consumidor John Dalli, apesar da contaminação por dioxina, os produtos não representam perigo imediato à saúde dos consumidores. A Coreia do Sul e a Eslováquia fecharam seus mercados para os produtos da Alemanha potencialmente contaminados.

Flash-Galerie Deutschland Dioxin in Lebensmittel Razzia
Polícia investiga dependências da firma Harles und JentschFoto: dapd

"Os danos são enormes", comentou Aigner, salientando que os prejuízos não são apenas de ordem financeira, mas também a perda da confiança do consumidor. "Não há razão de pânico, mas também não podemos minimizar o problema", acentuou a ministra.

Segundo informações do Ministério alemão da Agricultura, 1.635 estabelecimentos agrícolas estão fechados temporariamente; recentemente o total dos interditados chegou a 5 mil. De acordo com representantes do Ministério da Agricultura, ainda é cedo demais para suspender o estado de alerta.

SV/dpa/rtr
Revisão: Augusto Valente