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Debate

(sv)9 de fevereiro de 2007

Cao Guimarães falou no Kunstverein de Frankfurt sobre sua trajetória no cinema e nas artes plásticas.

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O artista Cao Guimarães (e) no Kunstverein de FrankfurtFoto: Frankfurter Kunstverein
O interesse do artista plástico e cineasta mineiro Cao Guimarães pelo cinema e pela fotografia, seus primeiros filmes em Super 8 e a descoberta da linguagem audiovisual foram alguns dos temas debatidos por artistas presentes no Kunstverein, de Frankfurt, na última quarta-feira (07/02).

Hibridismo saudável

Um dos pontos da discussão girou em torno do que o artista chama de "hibridismo saudável" entre o fazer cinematográfico e as artes plásticas. Guimarães afirma que, ao se preparar para a artist talk, em Frankfurt, viu-se diante de questões essenciais em seu trabalho, como a "forma de lidar com a realidade".

Ao descrever as diversas abordagens do real ao longo de sua carreira, o artista descreve, por exemplo, seu filme Rua de Mão Dupla – um documentário que registra pessoas que não se conhecem e são "trocadas de casa" por 24 horas.

Nestas horas, os dois recebem uma câmera de vídeo e gravam, com total liberdade, o ambiente do outro. Ou seja, o documentário, no caso, desvia-se do convencional, pois os protagonistas acabam não falando de si mesmos, mas de alguém que nem conhecem. "Neste processo, acabamos conhecendo muito dessas pessoas, suas idéias e preconceitos."

Situações e não biografias

No decorrer do debate, o artista descreveu ainda outros de seus projetos, como A Alma do Osso, que retrata um eremita junto do qual Guimarães passou um mês filmando. Nos primeiros 50 minutos de filme há apenas silêncio, até que um ônibus chega trazendo uma visita.

A partir desse momento, o eremita não pára mais de falar. O "documentar", neste caso, desvia-se de qualquer convencionalismo. "Ao fazer meus filmes, normalmente pouco me interesso pela biografia da pessoa que está ali, mas muito mais pela situação na qual ela está", diz o artista.

Uma das questões colocadas durante a conversa em Frankfurt girou em torno da forma escolhida para apresentar trabalhos: "Escolho sempre formas tradicionais, como exposições, para expor o que faço, pois acredito no poder da imagem".