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Derrota trabalhista

Agências/DW (rr) 2 de maio de 2008

Pior resultado em 40 anos põe em jogo o futuro do premiê Gordon Brown à frente do partido Labour. Para os tories, pleito significa "claro voto de confiança" aos conservadores. Prefeitura de Londres é tida como decisiva.

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Com cargo garantido até 2010, premiê culpa crise mundialFoto: picture-alliance/ dpa

O Partido Trabalhista do atual primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, está diante do pior resultado dos últimos 40 anos nas eleições municipais deste 1º de maio na Inglaterra e no País de Gales.

De acordo com os resultados parciais, os conservadores de David Cameron garantiram 44% dos votos, seguidos pelos liberais-democratas, que conquistaram 25%. Com apenas 24%, os trabalhistas foram relegados a terceira força política do país. O que torna a situação ainda mais alarmante é o fato de os tories terem conquistaram o poder em diversos bastiões tradicionais do Partido Trabalhista. A participação eleitoral foi estimada pela imprensa britânica em 35%.

Der amtierende Bürgermeister von London Ken Livingstone
Trabalhista Ken Livingstone luta pelo terceiro mandato em LondresFoto: AP

Futuro ameaçado

Para analistas políticos, o pleito – que pode ser considerado o primeiro teste político do premiê após ter assumido o governo e a liderança do partido de seu antecessor Tony Blair em junho de 2007 – reflete a baixa popularidade de Brown e poderia colocar em jogo sua capacidade de liderança, principalmente se o partido perder a corrida pela prefeitura de Londres, onde se prevê a vitória do conservador Boris Johnson sobre o atual prefeito Ken Livingstone, que luta pelo terceiro mandato.

Especialistas avaliam que o otimismo diante do crescimento econômico constante dos últimos dez anos deu lugar à insegurança provocada pela crise financeira mundial. A aprovação do partido Labour também teria sofrido com a recente pane que levou à perda de dados de milhões de britânicos e com a desaprovação pela população do desempenho do governo no resgate multimilionário do banco Northern Rock. A isso, soma-se a postura ranzinza e a dificuldade do político escocês de transmitir suas idéias.

Sinal dos tempos?

As próximas eleições legislativas, no entanto, só acontecerão em 2010, de modo que ainda resta tempo para que Brown tente recuperar as forças. "Está claro que esta foi uma noite decepcionante, uma noite muito ruim para o Labour", disse o premiê. "Mas aprenderemos a lição e analisaremos o ocorrido, de olho no futuro. A verdadeira prova de liderança não é o que acontece em períodos de êxito, mas o que acontece em circunstâncias difíceis", acrescentou.

David Cameron
Líder conservador, David Cameron: não só o fracasso de Brown foi decisivoFoto: AP

A vice-presidente Harriet Harman reiterou o apoio ao chefe do partido, assegurando que Brown, com sua experiência no campo financeiro, é o homem certo para guiar o país em tempos de crise. No entanto, o apoio ao premiê começa a ser questionado na base do partido. "As pessoas batiam a porta na nossa cara quando percebiam que éramos partidários de Brown", disse um ajudante de campanha.

O líder conservador, David Cameron, interpretou o resultado como um "claro voto de confiança" dado pela população a seu partido. No entanto, destacou que as conquistas não se devem apenas ao fracasso do premiê trabalhista. Entre os tories, o revés de Brown nas urnas já está sendo comparado com o do ex-primeiro-ministro conservador John Major em 1995, dois anos antes de perder as eleições gerais.