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Deutsche Telekom

(sv)1 de março de 2007

Os sindicatos alemães andam tendo muito o que fazer. Logo depois da confirmação dos cortes na Airbus, a Deutsche Telekom anunciou que pretende remanejar 50 mil postos de trabalho. O balanço do último ano levou à medida.

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René Obermann, presidente da Deutsche TelekomFoto: AP

Diante de uma competição acirrada no mercado interno, a gigante alemã de telefonia anunciou que vê nas aquisições fora do país chances de retomar o crescimento.

As estratégias de reestruturação da Deutsche Telekom se dão, entre outros, em função das perdas no setor de telefones fixos dentro do país. Para compensar, a empresa pretende fortalecer os filões de telefonia celular e banda larga.

Piores condições de trabalho

O presidente da Deutsche Telekom, René Obermann, que assumiu há poucos meses a direção da empresa, está sob pressão para provar aos acionários que as perdas do último ano serão recompensadas pelas medidas anunciadas. Entre estas está o remanejamento de 50 mil postos de trabalho.

Obermann anunciou nesta quinta-feira (01/03) um programa austero de redução de despesas, além de mudanças substanciais nos setores de comercialização e serviços. Até 2010, a empresa deverá gastar em torno de 4,2 a 4,7 bilhões de euros a menos por ano.

Deutschland Telekom Mitarbeiter demonstrieren in Bonn
Funcionários da Deutsche Telekom protestam em BonnFoto: picture-alliance/ dpa

Pelo menos 45 mil funcionários do setor de serviços deverão ser remanejados para uma nova subsidiária intitulada T-Service. O problema é que esses funcionários estarão sujeitos a piores condições de trabalho, com jornadas de trabalho mais pesadas (38 a 40 horas semanais em vez das atuais 34,5) e salários menores.

Perdas no setor de fixos

Enquanto o volume de negócios da Telekom registrou um aumento de 2,9%, atingindo os 61,35 bilhões de euros graças ao balanço positivo de 2006, os lucros caíram para 3,2 bilhões. No último trimestre do ano passado, a Telekom teve que amargar perdas de quase 900 milhões de euros. A principal razão foram os gastos com os cortes de 32 mil empregos.

Segundo Obermann, em 2007 a Deutsche Telekom terá que engolir perdas semelhantes às do último ano, que giraram em torno de aproximadamente dois milhões a menos de clientes da rede fixa. Por outro lado, espera-se um crescimento no setor de banda larga de até 29,8%, atingindo os 10 milhões de assinaturas dentro do país.

Nova cara

Unidades da empresa que não são consideradas interessantes do ponto de vista estratégico deverão ser vendidas, perfazendo um valor em torno de três bilhões de euros. Outros pontos a serem discutidos, de acordo com o presidente da empresa, é a separação das subsidiárias de internet na França e na Espanha e a venda de diversos imóveis dentro do país.

Antes de meados do ano, a Deutsche Telekom pretende ainda lançar no mercado uma "nova marca independente" no setor de telefonia, por preços sensivelmente mais acessíveis, garante Obermann.

A estratégia de marketing que se esconde por detrás da medida é talvez a de fazer com que o consumidor de dentro da Alemanha deixe de associar a marca Telekom a preços altos e serviços de má qualidade.