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Dilma atribui violência nos protestos a uma minoria

Alexandre Schossler22 de junho de 2013

No primeiro pronunciamento desde o início das manifestações no Brasil, a presidente da República defende um pacto nacional para melhorar os serviços públicos e diz que a violência não pode ser tolerada.

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Foto: picture-alliance/AP

A presidente Dilma Rousseff fez nesta sexta-feira (21/06) um pronunciamento nacional em que defendeu o direito da população de se manifestar livremente, mas salientou que isso deve acontecer em conformidade com a lei.

"O Brasil lutou muito para se tornar uma país democrático", afirmou a presidente. Ela disse que o governo não pode aceitar que uma pequena minoria violenta e autoritária destrua o patrimônio público e privado e leve o caos aos principais centros urbanos do país, manchando um movimento democrático.

"Os manifestantes têm o direito e a liberdade de questionar tudo, defender com paixão suas ideias e propostas", disse a presidente, mas tudo deve acontecer dentro da lei e da ordem, "indispensáveis para a democracia".

Segundo a presidente, o governo tem o dever de coibir, dentro dos limites da lei, toda forma de violência e vandalismo.

Em referência ao seu passado de militante contra a ditadura militar, Dilma afirmou fazer parte de uma geração que lutou muito para que a "voz das ruas" fosse ouvida, lembrando que muitas pessoas foram torturadas e perseguidas para que isso acontecesse.

"A voz das ruas precisa ser ouvida e respeitada. E ela não pode ser confundida com o barulho e a truculência de alguns arruaceiros", declarou.

Ela aproveitou o pronunciamento para apresentar algumas propostas, incluindo um grande pacto para melhorar os serviços públicos. Entre as propostas estão um plano nacional de mobilidade urbana que privilegie o transporte coletivo,  a destinação de 100% dos royalties do petróleo para a educação e a vinda de milhares de médicos do exterior para ampliar o atendimento do SUS.

Dilma também disse que pretende receber os líderes das manifestações pacíficas para ouvir suas contribuições e experiências. "Precisamos oxigenar nosso sistema político."

Ela ainda disse que o Brasil precisa de formas mais eficazes de combate à corrupção e que o governo federal tem investido muito em saúde e educação.

Por fim, a presidente apelou aos brasileiros para que recebam bem os turistas que visitarem o país durante a Copa, argumentando que os brasileiros sempre foram bem recebidos em Mundiais realizados em outros países.

Dilma passou o dia discutindo os protestos e manifestações que ocorrem no país . De manhã, a presidente se reuniu com ministros, entre eles o da Justiça, José Eduardo Cardozo. Também recebeu o presidente do Senado, Renan Calheiros, e o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Raymundo Damasceno.