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Dilma destaca conjuntura favorável para investimento estrangeiro no Brasil

12 de dezembro de 2012

Confrontada com custo Brasil, presidente prometeu ambiente flexível e desburocratizado para atrair empresas francesas. Brasil quer ampliar parcerias nos setores de infraestrutura e indústria manufatureira.

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Foto: AFP/Getty Images

Em reunião com empresários franceses nesta quarta-feira (12/12), a presidente Dilma Rousseff ouviu queixas sobre o fardo do chamado "custo Brasil" – conjunto de dificuldades estruturais, burocráticas e econômicas que encarecem o investimento no país – para as empresas francesas de médio porte que tentam se instalar no país.

Em resposta, Dilma afirmou que o Brasil busca criar medidas para promover uma economia flexível e desburocratizada que gere investimentos, inovação, ciência e tecnologia. Segundo ela, parcerias são fundamentais para resolver os gargalos de logística do país.

A presidente disse ainda que, com o objetivo de elevar o desenvolvimento, é preciso aumentar a taxa de investimento em infraestrutura e na indústria manufatureira. "O Brasil não vai ser somente um exportador de commodities. Seremos sempre uma potência alimentar e mineral, mas queremos também ser uma potência na área de manufatura", afirmou, acrescentando que nunca se teve uma conjuntura tão favorável à cooperação entre Brasil e França como agora.

Autobahn in Brasilien
Parcerias internacionais devem ajudar a resolver problema do escoamento da produçãoFoto: AFP/GettyImages

O Brasil conta com aproximadamente 500 empresas francesas nos setores automobilístico, energético e de distribuição instaladas em seu território, e que empregam mais de 500 mil pessoas. "A economia brasileira está nos nossos sonhos, acreditamos na riqueza do seu talento, na energia, na força criadora, no desenvolvimento", afirmou a presidente do Movimento de Empresas da França (Medef), Laurance Parisot. O encontro marcou o segundo dia da visita de Estado de Dilma à França.

Dobro de investimentos até 2020

No encontro que tiveram nesta terça-feira no Palácio do Eliseu, a presidente brasileira e seu colega francês, François Hollande, se comprometeram a estabelecer um Foro Econômico Brasil-França, com parceria entre os setores público e privado. A primeira reunião será realizada em 2013.

A intenção dessa iniciativa é dobrar o volume do intercâmbio comercial e os investimentos até 2020. De acordo com os governantes, a inciativa vai fortalecer as parcerias entre empresas nos setores aeronáutico, espacial, de infraestrutura, de defesa e de alta tecnologia, reduzindo barreiras comerciais.

De acordo com Dilma, o intercâmbio comercial entre os dois países é importante, mas não corresponde ao potencial das duas economias. Para a presidente brasileira, é preciso reequilibrar as relações entre Brasil e França, com a diversificação da pauta de exportações. "Temos que nos empenhar, não podemos deixar as coisas ao sabor dos acontecimentos", ressaltou.

Ferrovias

Hochgeschwindigkeitszug TGV
Primeiro trem-bala do Brasil deve ligar Rio de Janeiro a São PauloFoto: dapd

Em seu segundo dia em Paris, Dilma também discursou na abertura da assembleia da União Internacional de Ferrovias, entidade que reúne empresas de transporte ferroviário de carga e passageiros de todo o mundo. A presidente mencionou o Programa de Investimentos em Logística para rodovias e ferrovias, o qual busca maior participação da iniciativa privada nos investimentos de infraestrutura no Brasil.

Dilma destacou que o objetivo é solucionar o deficit de infraestrutura na área de transportes no país. O plano lançado em agosto deste ano prevê concessões de rodovias (7,5 mil km) e de ferrovias (10 mil km). O programa prevê R$ 133 bilhões em investimentos nos próximos 25 anos - R$ 42 bilhões para rodovias e R$ 91 bilhões para ferrovias.

"Somos um país continental, não podemos nos dar ao luxo de transportar tudo por rodovia", disse a presidente. "Temos que evoluir todos os modais de transporte, ferroviário, aquaviário e rodoviário para tornar-nos mais eficiente na atividade produtiva e na distribuição de produtos."

Trem de alta velocidade

Durante o evento, a presidente sublinhou que o governo brasileiro lança nesta quinta-feira (13/12) a licitação para escolha da tecnologia do trem-bala no país.

O projeto pretende ligar as duas maiores regiões produtoras de manufaturas do Brasil, São Paulo e Rio de Janeiro, que ficam a uma distância de 510 quilômetros uma da outra.

Brasilien Flughafen Guarulhos International Airport
Cada cidade brasileira com mais de 100 mil habitantes deve ter um aeroporto próximoFoto: picture-alliance/AE

"Esse é o primeiro sistema de alta velocidade da América Latina e pode servir como demonstração da viabilidade de um trem de alta velocidade para o continente", afirmou a presidente.

800 aeroportos

Quando questionada por um empresário francês sobre a privatização dos aeroportos brasileiros, Dilma afirmou que o modelo das licitações que vêm sendo feitas é de 51% da iniciativa privada e de 49% da Infraero.

Segundo a presidente, o Brasil busca um fortalecimento da aviação regional, e a intenção é que toda cidade brasileira com mais de 100 mil habitantes conte com um aeroporto num raio de 60 quilômetros de distância. Dessa forma, aproximadamente 800 aeroportos regionais devem ser implantados no Brasil nos próximos anos.

Autora: Julia Assef
Revisão: Francis França