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Direita francesa conta com nova vitória eleitoral

Estelina Farias7 de junho de 2002

A coalizão de centro-direita do presidente Jacques Chirac pode contar com uma vitória na eleição da nova Assembléia Nacional da França no primeiro turno, neste domingo (9), e no segundo, oito dias depois.

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Candidatos usam árvores para fazer propagandaFoto: AP

Todas as pesquisas sobre intenção de voto sinalizam que os candidatos conservadores vão conquistar uma maioria suficiente para não precisar mais de uma coabitação, em que o presidente é de direita e o primeiro-ministro de esquerda. Cerca de 40% dos questionados anunciaram seu voto para os candidatos conservadores, segundo o jornal Le Figaro divulgou nesta sexta-feira (7). 36% votariam na esquerda.

Uma pesquisa recente do instituto CSA prevê um empate no primeiro turno, com 35% dos votos para a aliança União para a Maioria do Presidente (UMP), criada por Chirac após a eleição presidencial, e o mesmo percentual para os partidos de esquerda. No turno definitivo, no próximo dia 16, porém, a aliança do presidente pode conquistar 380 dos 577 assentos na Assembléia Nacional.

Mais de 40 milhões de eleitores estão convocados para escolher os seus representantes na Assembléia Nacional e decidir sobre o poder do presidente Chirac. Na última legislatura, de 1995 a 2002, os socialistas, comunistas e verdes tiveram a maioria e governaram em coabitação com a direita, até a derrota do primeiro-ministro socialista, Lionel Jospin, no primeiro turno da eleição presidencial, em abril.

Recorde de candidatos

Existem 8400 candidatos à Assembléia Nacional. Para ser eleito no primeiro turno, neste domingo, o candidato tem de obter mais de 50% dos votos de sua circunscrição eleitoral. Quem tiver no mínimo 12,5% dos votos de todos os eleitores registrados, pode disputar no segundo turno, em 16 de junho. No primeiro turno vale a maioria absoluta e no segundo a maioria simples. Por causa do número recorde de candidatos, é improvável que haja decisão no primeiro turno em muitas circunscrições eleitorais.

Uma pesquisa do jornal Le Parisien prevê uma vitória ainda maior para os conservadores, com a conquista de 410 mandatos. A esquerda ganharia no máximo 196 do total de 577 assentos na Assembléia Nacional. Para a Frente Nacional do ultradireitista xenófobo Jean-Marie Le Pen, são previstos 15% dos votos no primeiro turno e, no final do processo eleitoral, de dois a quatro mandatos.

Maioria rejeita coabitação

A maioria dos questionados (51%) se pronunciou contra uma coabitação. Depois da eleição do presidente Chirac, com uma vitória esmagadora sobre Le Pen, no segundo turno em maio, a meta dos conservadores é evitar uma coalizão com a esquerda. O presidente conclamou os franceses a apoiarem o governo de centro-direita do primeiro-ministro Jean-Pierre Raffarin, sucessor do socialista Lionel Jospin, que renunciou depois de ser derrotado no primeiro turno da eleição presidencial por Chirac e o radical de direita Le Pen. "A coabitação durou tempo suficiente para se saber o que isso significa", alertou Chirac, "ela causa fraquezas e deficiências que limitam a capacidade de ação do governo".

O premier Raffarin aproveitou as suas primeiras semanas no poder para fazer campanha eleitoral e elegeu o combate à criminalidade como tema principal, pois este é o problema que mais preocupa os franceses. O político, pouco conhecido até assumir o governo, conta agora com 60% de aprovação.