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Sufrágio feminino

Henriette Wrege (ca)12 de novembro de 2008

Em 12 de novembro de 1918, o sufrágio feminino foi introduzido na Alemanha. Hoje, mulheres ocupam um terço dos mandatos parlamentares do país. Vereadoras, no entanto, ainda são poucas.

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Em 1919, as mulheres puderam pela primeira vez ir às urnasFoto: picture-alliance/dpa

No final do século 19, as mulheres alemãs começaram a luta pela igualdade de direitos políticos. No movimento pelo direito de voto, engajaram-se não somente feministas como também mulheres de diversos setores da sociedade. Sob o lema "Sufrágio feminino já", mais de um milhão de mulheres saíram às ruas na Alemanha, por exemplo, no primeiro Dia Internacional da Mulher, em março de 1911.

Alta participação do eleitorado feminino

Werbeplakat zum Frauenwahlrecht
Cartaz de 1907 pelo direito de voto femininoFoto: DHM

Sete anos mais tarde, a proximidade do fim da Primeira Guerra Mundial, os distúrbios políticos e a conseqüente confusão revolucionária deram um novo impulso ao movimento pelo sufrágio feminino. A causa das mulheres encontrou apoio nos conselhos de trabalhadores e soldados, que se formavam por todos lugares em novembro de 1918. Para os conselhos, a exigência do direito de voto feminino era uma das palavras de ordem da revolução.

Na declaração do Conselho dos Comissários do Povo de 12 de novembro de 1918, estava escrito: "A partir de agora, todas as eleições deverão ser realizadas através do sufrágio universal, exercido pelo voto direto, secreto e de igual valor por todas as pessoas do sexo masculino e feminino com pelo menos 20 anos".

Em 19 de janeiro de 1919, as mulheres puderam ir pela primeira vez às urnas, nas eleições para a Assembléia Nacional Constituinte. "Elas estavam bastante entusiasmadas", afirmou a socióloga e historiadora Gisela Notz. "A participação eleitoral foi muito alta, de 82,3% entre as mulheres", explicou.

Mulheres contra o sufrágio feminino

Marie Juchacz
Marie Juchacz foi a primeira deputada alemã a discursar na Assembléia Nacional de 1919Foto: Arbeiterwohlfahrt

Da mesma forma, nessa eleição, parlamentares femininas puderam pela primeira vez ser eleitas. Cerca de 9% dos assentos da Assembléia Nacional Constituinte da época foram ocupados por mulheres. Em sua maioria, as eleitoras deram seu voto ao partido conservador, mas a maior parte das representantes femininas na Assembléia pertencia ao Partido Social Democrata (SPD).

Na questão do direito de voto, o movimento feminista alemão nem sempre esteve coeso. Principalmente as associações de mulheres ligadas à Igreja se pronunciaram contra o direito de voto. Assim, pouco antes do fim da Primeira Guerra Mundial, a Associação Alemã de Mulheres Evangélicas desligou-se da Federação Alemã de Associações Femininas por esta ser a favor do sufrágio feminino, explicou Notz.

Segundo a pesquisadora, "elas não tinham o menor interesse no direito de voto ou eram até mesmo contra, pois diziam que o papel da mulher era servir à família. O direito de voto iria desviá-las deste lugar. Tratava-se do bem-estar da família e do povo". As Igrejas tinham na época uma grande influência sobre as mulheres. Fizeram até mesmo propaganda nos jornais contra os social-democratas e a favor dos cristãos-conservadores, acresceu Notz.

Parlamentos com pequena participação feminina

A República de Weimar, primeira democracia na Alemanha, durou 15 anos. Em 1933, os nacional-socialistas subiram ao poder e proibiram as mulheres alemãs de se candidatar a cargos políticos. As representantes femininas no Reichstag perderam seus mandatos.

Somente após 1945, as mulheres puderam novamente dar continuidade ao desenvolvimento democrático iniciado na República de Weimar. Hoje, a proporção de membros femininos do Parlamento Alemão é de 34%. Nas assembléias legislativas estaduais, este percentual é de 30%.

No entanto, no nível mais baixo, lá onde se inicia uma carreira política, encontram-se poucas mulheres. Este foi um dos motivos para a ministra alemã da Família, Ursula von der Leyen, iniciar a campanha "Mulher - Poder - Municipalidade". O projeto é dirigido por Uta Kietzing, da Academia Européia de Mulheres na Economia e na Política. Kietzing criticou que "em média, a proporção de vereadoras é de 25%. E ainda realmente existem, no ano de 2008, câmaras municipais onde não se senta nenhuma mulher".

Além disso, explicou Kietzing, há uma grande diferença entre a cidade e o campo. Nas grandes cidades, como Berlim, Hamburgo ou Bremen, as mulheres estão representadas de forma quase igualitária em nível municipal. Quanto mais conservador, no entanto, for o entorno, menor o número de assentos ocupados por mulheres nas câmaras municipais.