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Diretores de emissora estatal se demitem na Polônia

2 de janeiro de 2016

Em protesto contra controverso plano do governo polonês de controlar a mídia, jornalistas renunciam aos cargos na TVP. Para entra em vigor, nova legislação requer apenas assinatura do presidente do país, Andrzej Duda.

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Foto: picture-alliance/dpa/NurPhoto/K. Dobuszynski

Diretores de vários canais da emissora pública da Polônia TVP apresentaram suas demissões após a adoção pelo Parlamento polonês, em 31 de dezembro, de uma lei que coloca a mídia pública sob controle governamental.

Segundo informações da imprensa local, quatro diretores da emissora pública TVP pediram demissão: os diretores de dois canais TVP1 e TVP2 e os responsáveis do canal cultural TVP Kultura, da Agência de Notícias TAI e do gabinete de recursos humanos da TVP. O presidente do grupo midiático aceitou os pedidos de demissão.

Entre os que renunciaram aos seus cargos, estão a chefe da TVP Kultura, Katarzyna Janowska, que publicou a notícia em sua página no Facebook com a frase "não tenha medo", e Tomazs Lis, um dos jornalistas mais reconhecidos da Polônia.

"Ninguém pode focar a Polônia a calar sua boca. Ninguém pode me forçar a me calar", disse Lis, acrescentando que seguirá sua carreia em outra empresa, provavelmente numa emissora particular.

A Polônia está prestes a aprovar uma nova legislação que entregaria efetivamente o controle editorial e financeiro das empresas públicas de radiodifusão do país à legenda governista Partido da Lei e da Justiça (PiS).

Depois de passar por ambas as câmaras do Parlamento, o projeto de lei agora só requer a assinatura do presidente do país, Andrzej Duda, para entrar em vigor. O líder do PiS, Jaroslaw Kaczynski, disse anteriormente que esta seria a primeira de uma série de reformas destinadas a moldar o sistema midiático público da Polônia em conformidade com a visão conservadora do PiS.

Críticos afirmam que com a medida os canais de televisão e estações públicas de rádio da Polônia serão reduzidos a meros porta-vozes do governo, afetando uma rede de emissoras em todo o país.

Grupos de direitos humanos e associações de jornalistas, entre elas a União Europeia de Radiodifusão (UER) e os Repórteres Sem Fronteiras, protestaram contra a nova regulamentação.

PV/dpa/afp