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Dissidente chinês deixa seu país rumo aos EUA

Soraia Vilela19 de maio de 2012

O ativista chinês dos direitos humanos Chen Guangcheng deixou seu país e se encontra a caminho dos EUA. Seu caso desencadeou uma crise diplomática entre Pequim e Washington.

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Foto: Reuters

O governo norte-americano confirmou a saída do dissidente cego da China. Segundo Victoria Nuland, porta-voz da Secretaria de Estado norte-americana, Chen Guangcheng se encontra a caminho dos EUA, com sua mulher e dois filhos. Ele pretende estudar nos EUA.

Com ajuda de terceiros, Chen conseguiu escapar no último 20 de abril de sua casa, localizada na província Shandong, no leste da China, onde vivia em prisão domiciliar. Dias depois, Chen pediu asilo na embaixada norte-americana em Pequim.

Ameaças e falta de segurança

Depois de uma série de negociações entre chineses e norte-americanos, ele deixou as instalações da representação diplomática norte-americana para procurar auxílio médico em um hospital de Pequim, devido a um ferimento no pé. As autoridades chinesas asseguraram que ele poderia se mudar para um lugar seguro e iniciar seus estudos de Direito.

No entanto, após diversas ameaças feitas por funcionários do governo à sua família e amigos, Chen declarou publicamente, em apelo dramático, ainda da clínica onde estava internado, que queria deixar a China, em função de temores por sua própria segurança. Ele falou por telefone com membros do Congresso norte-americano e explicou aos parlamentares sua situação.

Chen Guangcheng Aktivist Familie
O ativista, com mulher e filhoFoto: EPA/www.ChinaAid.org

Clinton entra em acordo com lideranças chinesas

A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, que participou das negociações, conseguiu alinhavar uma solução aceitável também para o governo chinês: o dissidente não pedirá asilo nos EUA, mas pode seguir para o país para lá estudar.

Pequim declarou, neste contexto, que Chen pode, como qualquer outro cidadão chinês, pedir permissão para estudar no exterior. Esta declaração oficial foi até mesmo lida frente às câmeras da TV estatal chinesa. Em contrapartida, a Universidade de Nova York ofereceu uma bolsa de estudos ao dissidente.

Chen Guangcheng é advogado autodidata, tendo fornecido apoio a vítimas de esterilizações compulsórias e de desapropriações na China. Em 2006 ele foi condenado a quatro anos de prisão. Depois de ser libertado, passou a viver em prisão domiciliar.

SV/dpa, afp, dadp, rtr
Revisão: Marcio Damasceno