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Duas alianças, 26 partidos: o leque político italiano nas urnas

7 de abril de 2006

Duas alianças que compreendem um total de 26 partidos representativos de todo o leque político italiano, da extrema direita à extrema esquerda, enfrentarão a disputa eleitoral na Itália.

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Berlusconi ou Prodi?Foto: dpa

Cerca de 50 milhões de italianos estão convocados a comparecer às urnas para as eleições de chefe de governo – e cada um dos candidatos já montou sua base aliada. E, para que todos caibam na cédula, o Ministério do Interior precisou preparar uma maior (40cm x 22cm) do que a habitual.

O time de Berlusconi


A Casa das Liberdades, comandada pelo primeiro-ministro Silvio Berlusconi, "il cavaliere" (o cavaleiro), tentará manter o poder na disputa eleitoral contra a União, liderada por Romano Prodi, "il professore" (o professor).

Berlusconi é apoiado por dez partidos, entre eles, evidentemente, o seu próprio Forza Itália. "Forza Itália" é o grito de guerra dos tifosi (torcedores) da seleção italiana e que Berlusconi tomou emprestado para dar nome à legenda populista que inventou na primeira metade dos anos 90 para entrar para a política.

A Aliança Nacional, principal parceiro do Forza Itália no governo, surgiu no seio do neofascismo e acabou se situando na direita conservadora. Na extrema direita, Berlusconi conta com a Liga Norte, "força de choque" com toques racistas, comandada por Umberto Bossi, à qual pertence também Roberto Calderoli, ministro sem pasta que renunciou depois de vestir uma camisa com uma caricatura de Maomé.


O "cavaliere" conta ainda com outros dois partidos de postura similar: a legenda Chama Tricolor, liderada por Luca Romagnoli, que, além de defender a pena de morte, duvida da existência de câmaras de gás na Alemanha nazista; e a Alternativa Social, de Alessandra Mussolini, neta do ditador fascista Benito Mussolini.


No centro político, Berlusconi conta com dois partidos: a União Democrata Cristã (UDC) de Pierferdinando Casini, e a DC-PSI, reunião de pequenos grupos de democratas-cristãos e socialistas liderada por Gianni de Michelis.


A Federação de Aposentados, o Não Euro e um dos partidos Verdes são as forças independentes que apóiam Berlusconi com objetivos particulares, e sem adesão aparente a uma ideologia tradicional.

O time de Prodi

Prodi, ex-presidente da Comissão Européia, é um adversário sem partido próprio, embora apoiado por 16 legendas dentro da União.

Os Democratas de Esquerda e a Margarida são as bases fortes do "professore". Junto aos Republicanos Europeus eles formam a Oliveira, considerada uma coalizão dentro da coalizão, que concorre unida para a Câmara, mas separada no caso do Senado.

Os Democratas de Esquerda, comandados por Piero Fassino e pelo ex-primeiro-ministro Massimo D'Alema, são antigos comunistas, agora afins à social-democracia, e principal força da União.


Um dos trunfos de Prodi é outra aliança, a Rosa no Punho, união de socialistas, liberais e radicais, com Enrico Boselli e Emma Bonino como figuras de destaque. Outro é a Refundação Comunista, comandada por Fausto Bertinotti – artífice da queda de Prodi em 1996 –, e único partido que parece estar onde sempre esteve: na extrema esquerda.


Também estão com o "professore" outros Verdes; outros aposentados; a associação de consumidores Codacons; a Lista di Pietro, candidatura do antigo promotor Antonio di Pietro (estrela da operação Mãos Limpas); a União Democrática pela Europa (Udeur), de Clemente Mastella, que antes estava com Berlusconi; outros comunistas, os do PDCI; e outros social-democratas, os do PSDI.


A eles unem-se os Socialistas de Craxi, separados de antigos socialistas, e uma série de partidos regionalistas: o do Tirol Sul; o da Liga pela Autonomia dos Lombardos e os da Frente Vêneto.