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Duplica potencial de violência de extrema-direita

Estelina Farias8 de dezembro de 2001

O número de crimes dos neonazistas e skinheads, na Alemanha, aumentou de mil, em 1998, para 16 mil no ano passado. Mas nenhum partido radical de direita conseguiu entrar no Parlamento.

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O potencial de violência da extrema-direita aumenta continuamente na Alemanha. Duplicou o número de radicais de direita, do início dos anos 90 para cá, segundo a repartição que coordena os serviços secretos internos. Em 1991, eles eram 4200 e, no final de 2000, já somavam 9700, segundo o relatório sob o título "uma década de política de extrema-direita", divulgado nesta sexta-feira, em Colônia.

O número de neonazistas e skinheads é desproporcionalmente elevado na região da antiga República Democrática Alemã, a RDA comunista extinta há onze anos. Lá é também cometida a maior parte dos crimes contra estrangeiros e instituições judaicas.

O número de delitos por motivos xenófobos e anti-semitas diminuiu em meados da década de 90 e voltou a aumentar em 1998, quando foram cometidos 998 em toda a Alemanha. No ano 2000, foi registrado o maior número de crimes da extrema-direita - 15.951, dos quais 3597 contra estrangeiros em geral e 1378 contra judeus e suas instituições, tais como atentados incendiários em sinagogas e profanação de cemitérios.

Grande parte dos delinqüentes são do Partido Nacional Democrata (NPD), cuja extinção está sendo examinada pelo Tribunal Federal, a pedido das câmaras baixa (Bundestag) e alta (Bundesrat) do Legislativo alemão.

O apogeu do movimento de extrema-direita, iniciado depois da reunificação da Alemanha, onze anos atrás, não se reverteu em grandes dividendos eleitorais para os partidos radicais de direita, como a União do Povo Alemão (DVU), o Republicano (REP) e o NPD. Nenhuma dessas agremiações conseguiu superar a barreira dos 5% de votos para ter representação no Parlamento federal.

Parentesco nazista

- O destino do partido com o maior contingente de radicais de direita violentos, NPD, será decidido em breve. O Tribunal Federal Constitucional anunciou, em Karlsruhe, nesta sexta-feira, que vai examinar, em fevereiro, os pedidos de proibição do NPD apresentados pelo Legislativo, no início de 2001.

A câmara baixa, com maioria social-democrata e verde, argumentou a proibição do NPD com a semelhança entre as suas metas e métodos e as do Partido Nazista de Adolf Hitler. A câmara alta, dominada pela oposição democrata-cristã e social-cristã, destacou que os registros policiais provam as ligações estreitas dos neonazistas e skinheads violentos com o NPD.

Só duas agremiações foram extintas na história da Alemanha do pós-guerra: o Partido Socialista do Reich (SRP), em 1952, e o Partido Comunista da Alemanha (KPD), em 1956.