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Economistas exigem menos subvenções para o Leste

(ns)18 de novembro de 2003

Embora a economia no Leste da Alemanha ainda não tenha deslanchado, cinco institutos de pesquisas econômicas querem diminuir o fomento a investimentos na região até suspendê-lo, em 2010.

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Fábrica da VW em Dresden, construída com subvençõesFoto: AP

As empresas e os cidadãos dos cinco estados do Leste alemão - antes pertencentes à República Democrática Alemã (RDA), de regime comunista - que se preparem: o fomento às atividades econômicas poderá diminuir mais rápido do que o previsto. Os incentivos especiais para o Leste deveriam ser reduzidos por etapas até serem suspensos, em 2010, propuseram os conceituados institutos no segundo relatório em que avaliam a economia dos novos estados alemães. Isso traria um alívio de bilhões de euros para os cofres da União.

Solidariedade cara e ineficaz

A segunda versão do chamado Pacto de Solidariedade - para reconstruir o Leste alemão e diminuir as diferenças em relação ao Ocidente da Alemanha - prevê subvenções no valor de 156 bilhões de euros de 2005 a 2019. Ele é financiado principalmente com o "suplemento de solidariedade", um imposto especial que os contribuintes pagam desde a reunificação.

"O crescimento econômico se arrasta nos novos estados", constataram os economistas, que prevêem uma taxa de 1,5% em 2004. Eles reconhecem que o programa de fomento possibilitou grandes investimentos no Leste. No entanto criticam que muitos não deram certo, não foram eficazes ou teriam sido realizados mesmo sem qualquer subsídio estatal. Além do mais, muitos projetos não teriam condições de subsistir a longo prazo sem ajuda estatal.

Desemprego continuará alto

A eficácia das medidas é o principal ponto das críticas: o que se investe não é proporcional ao que se obtém, principalmente em comparação com o rendimento na parte ocidental do país. Os economistas rejeitam categoricamente as medidas de geração de empregos subvencionados, que não contribuiriam para diminuir de fato o desemprego. Dos 13,5 milhões de pessoas residentes no antigo território da RDA, 1,63 milhão estão sem trabalho. Os institutos calculam que esse número se manterá constante também em 2004. A taxa de desemprego é de 17,3% no Leste e de 8% no Ocidente, conforme dados de novembro.

Para os cientistas econômicos, a situação nos cinco estados só melhorará quando a economia progredir em toda a Alemanha. "Tudo o que é bom para o país como um todo ajuda o Leste", afirma Joachim Ragnitz, de Halle. Ele não espera impulsos diretos da ampliação européia, que entrará em vigor em maio de 2004. Os estados do Leste fazem fronteira com a Polônia e a República Tcheca, dois países que ingressarão na União Européia.

Entre um pacto e outro...

O ministro alemão das Finanças, Hans Eichel, prometeu examinar atentamente as recomendações "para melhorar a eficácia da política de fomento aos investimentos". Já seu colega Manfred Stolpe, da pasta responsável pela região, ressaltou que a reconstrução do Leste continuará merecendo uma atenção especial da política alemã mesmo que o relatório tenha ressaltado que as possibilidades dos estados e da União são limitadas diante dos problemas fiscais. Stolpe quer concentrar o fomento em áreas que gerem crescimento. Os dois ministros defenderam, porém, o segundo pacto de solidariedade.

As recomendações podem ser o ensejo de o governo repensar sua duração, principalmente diante da necessidade de economizar onde for possível, o que tem a ver com um outro pacto que está dando dor-de-cabeça aos políticos em Berlim. De aluno modelo do Pacto de Estabilidade, a Alemanha virou agora a ovelha negra, com seu déficit orçamentário superior a 3% pelo segundo ano consecutivo. E é dado como certo que isso se repita em 2004.