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c/o pop

13 de agosto de 2009

Lema escolhido pela sexta edição do festival de música eletrônica "c/o pop" para refletir mudanças na indústria fonográfica e de entretenimento é "Cultura Pop 2.0". Em 2009, festival tem forte presença latino-americana.

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DJ mexicano Rebolledo é atração em ColôniaFoto: c/o pop

Neste ano, com o fim da Popkomm, em Berlim, as atenções estão particularmente voltadas para esta sexta edição do "c/o pop", festival de música e cultura pop que teve início nesta quarta-feira (12/08), em Colônia, e que está sendo considerado o sucessor da daquela que foi a maior feira mundial do mercado fonográfico.

co pop Eröffnung Schramma
Prefeito de Colônia abriu o festivalFoto: DW/C. Albuqueque

No concerto inaugural do "c/o pop", realizado na Filarmônica de Colônia, Zach Condon, vocalista do grupo Beirut – conhecido no Brasil pela música de abertura de Capitu, série da Rede Globo realizada em 2008 – afirmou achar que gosta "mais de Colônia do que de Berlim".

Este também foi o tom da cerimônia de abertura do festival em Colônia. "A Popkomm não existe mais, viva o c/o pop", clamou o prefeito da cidade, Fritz Schramma, afirmando que o festival de cultura pop urbana responde às mudanças do mercado e às exigências da era digital.

Além de um fórum de negócios e diversos painéis de discussões, o festival que começou após a mudança da Popkomm de Colônia para Berlim traz neste ano cerca de 200 artistas internacionais da mais nova geração, que se apresentam em 22 locações espalhadas pela cidade.

Noite latino-americana

Pressebild Matias Aguayo
Matias Aguayo fundou CómemeFoto: c/o pop

Nesta quinta-feira (13/08), além da apresentação de Patrick Wolf, Bill Callahan, These New Puritans, entre outros, e de uma seleção de DJs dinamarqueses, a noite será dos artistas do selo Cómeme, que irão se apresentar no clube Roxy de Colônia. Segundo os organizadores do "c/o pop", o selo fundado pelo DJ chileno Matias Aguayo e dominado por DJs latino-americanos, como o mexicano Rebolledo e os portenhos DJs Pareja e Diegors, veio para revolucionar a dance music eletrônica.

House, América do Sul, swing, cúmbia, tecno, África e a rua – segundo os artistas que fazem parte do selo, esses são alguns dos ingredientes que os motivam a trabalhar para Cómeme.

Assim como o badalado DJ Ricardo Villalobos, que tocará na festa de encerramento do festival no próximo domingo (16/08), Matias Aguayo é filho de pais exilados da ditadura de Pinochet. Ambos nasceram no Chile e foram criados na Alemanha. Aguayo vive hoje entre a América do Sul e a Europa e Ricardo Villalobos tornou-se um dos DJs mais requisitados da Europa.

Presença brasileira

Pressebild Gui Boratto
Boratto é presença assídua em ColôniaFoto: c/o pop

Este ano, mais uma vez, a presença brasileira ficará por conta do DJ paulistano Gui Boratto, estrela do Kompakt, um dos mais importantes selos de música eletrônica da Alemanha.

Na sexta-feira, nos terraços da Ópera de Colônia, Boratto tocará juntamente com o grupo islandês Gus Gus e com os DJs alemães Michael Mayer, Superpitcher e Justus Köhncke, entre outros, na festa do selo – a Kompakt Total – que já se tornou tradicional no festival.

Os prédios modernistas adjacentes à Ópera de Colônia, conhecidos como terraços da Ópera, abrigam este ano a central do festival, que começou em locações periféricas da cidade e foi ganhando cada vez mais espaços no centro da cidade.

Procura de novas soluções

Logo c o Pop
Festival reflete era digiralFoto: c/o POP

No entanto, o sucesso crescente do "c/o pop" não se deve somente ao fato de o festival se realizar em Colônia, uma cidade que abriga por volta de 1.500 empresas ligadas ao mercado musical, como lembrou o prefeito em seu discurso.

No painel de discussões de abertura do festival, o editor de cultura da revista Spiegel, Lothar Gorris, iniciou os debates afirmando que sua filha adolescente nunca entrou em uma loja de CDs para comprar música.

Tudo é feito através de seu cartão de crédito pela internet, disse Gorris. Neste ano, na "Convenção do c/o pop", cerca de cem palestrantes provenientes de mais de 30 países discutirão, em conferências, painéis e workshops, temas como a propriedade intelectual na era digital, a música em jogos eletrônicos e o mercado digital chinês. O fim da Popkomm mostrou claramente que a indústria fonográfica tradicional está em crise e precisa de novas soluções – o "c/o pop" é uma delas.

Autor: Carlos Albuquerque

Revisão: Soraia Vilela