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Eleição na Sérvia

18 de janeiro de 2008

Só dois dos nove candidatos que disputam a eleição presidencial na Sérvia têm chances de vencer: o atual presidente, Boris Tadic, pró-UE, ou o candidato do Partido Radical da Sérvia, Tomislav Nikolic, aliado da Rússia.

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Cartazes dos candidatos à presidência em BelgradoFoto: AP

A questão crucial na eleição presidencial sérvia neste domingo (20/01) é quem será o vencedor entre Boris Tadic e Tomislav Nikolic? Observadores dão a ambos as melhores chances de vitória, em detrimento de outros sete candidatos.

Dificilmente Tadic, um grande defensor do ingresso do país na União Européia, e Nikolic, que tem o apoio de Moscou, conseguirão a maioria absoluta necessária para se eleger já no primeiro turno. Uma eventual segunda etapa está prevista para 3 de fevereiro.

Os dois candidatos representam os rumos opostos que o país poderá seguir: pró-União Européia ou em favor da Rússia. O Kosovo desempenha um papel importante: o atual presidente sérvio, Boris Tadic, busca a aproximação com a União Européia, podendo ceder em troca a soberania da província do Kosovo.

Escolha entre avanço e retrocesso

Essa independência estaria descartada com a vitória do ultranacionalista Nikolic, que promete não abandonar a minoria sérvia no Kosovo. Segundo Tadic, o eleitor terá de escolher "entre uma vida melhor e uma opção pela Europa, o que trará estabilidade, e o caminho errado, que guiará a Sérvia novamente em direção aos anos 1990".

Já Nikolic defende uma maior aproximação com os "irmãos ortodoxos". Numa sessão parlamentar, ele chegou a defender que a Sérvia se torne uma república russa. Mais tarde, tentou explicar-se: "A Rússia se tornará um fator inevitável no futuro. A Rússia e a UE mantêm excelentes relações, por isso temos de unir a União Européia e a Rússia".

Importância da questão do Kosovo

Para Srdjan Bogosavljevic, pesquisador de mercado e de mídias, a eleição deste domingo na Sérvia será um voto contra ou a favor da Europa: "Infelizmente os cidadãos ainda não entenderam como os conceitos dos dois favoritos são divergentes. As pessoas não notam que conseqüências podem ter as eleições. Caso haja uma troca de poder, estaremos diante de uma séria mudança política na Sérvia."

A campanha eleitoral reflete a dificuldade em convencer os votantes sobre a importância da UE. A independência do Kosovo está próxima e a União Européia desempenha um papel importante nesse processo. O reconhecimento unilateral da independência da província é quase certo, assim como está certo o envio de uma missão européia ao Kosovo.

Esses planos causam grande inquietação na Sérvia. Há várias semanas, o primeiro-ministro Vojislav Kostunica tenta forçar uma decisão da UE: ou o bloco envia sua missão ao Kosovo ou assina o acordo de associação e estabilização com a Sérvia.

Bogosavljevic lamenta que nesta campanha eleitoral nenhum dos dois favoritos tenha conseguido transpor aos eleitores o que está em jogo na votação de domingo. Segundo ele, o segundo turno é certo: "Temos outros quatro candidatos fortes, que devem obter 25% dos votos, por isso a eleição não deverá estar encerrada no primeiro tunro. Pode ser que Tadic e Nikolic estejam guardando seus trunfos para o segundo turno". (sb/rw)