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Em cartaz: remake de "Berlim, Sinfonia da Metrópole"

tim13 de abril de 2002

Partindo do clássico de Walter Ruttmann, rodado em 1927, Thomas Schadt retratou novamente a cidade em preto-e-branco, 75 anos depois. A nova versão estreou na quarta-feira (10).

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Diretor Thomas Schadt e operador Thomas Keller durante as filmagensFoto: teamWorx, Berlin

O filme de Ruttmann, um clássico do cinema mudo, mostra a Berlim da década de 20 de um ângulo diferente. O diretor captou a atmosfera especial da "sua" Berlim através de cortes rápidos. A música sinfônica composta especialmente por Edmund Meisel também contribuiu para a montagem visionária, que entusiasmou o público. Os críticos, porém, acharam falta de relevância política e social, reclamando do predomínio da forma sobre o conteúdo.

Assim como Ruttman, Thomas Schadt apresentou "um dia" em Berlim, da aurora até altas horas da madrugada, em sua Berlim, Sinfonia de uma Metrópole, como um mosaico de cenas soltas. Mas se Ruttmann enfocou principalmente os habitantes da metrópole industrial no início do século XX, Schadt dedicou-se à cidade com todas as suas mudanças após a reunificação.

Mesmo da Berlim moderna não se pode falar sem mencionar a construção e a queda do muro. "Esses acontecimentos históricos do pós-guerra refletem-se na alma dos berlinenses", disse o diretor. O documentário de Schadt não poderia deixar de incluir o tráfego caótico na cidade reunificada e a Love Parade, o famoso desfile de música tecno. Nessas cenas em preto-e- branco é que o filme mudo de Schadt mais parece um anacronismo.

As filmagens duraram mais de 100 dias, sendo orçadas em um milhão de euros. Como Ruttmann, Schadt usou películas de 35 mm, escolhendo as melhores cenas de um material imenso para montar os 75 minutos da sua sinfonia.

Homenagem ao grande Walter Ruttmann, o que já se nota na sutil diferença do título, o novo Berlim, Sinfonia de uma Metrópole é mais do que um remake. A música composta por Iris ter Schiphorst e Helmut Oehring, por exemplo, foge da rapidez do original. A extensão das cenas deixa espaço para interpretações.

Também nesta quarta-feira (10) estréia a exposição Berlim, Sinfonias de uma Metrópole, no Museu do Cinema de Berlim, confrontando os trabalhos de Walter Ruttmann e Thomas Schadt.

Thomas Schadt ganhou o prêmio Grimme por seu trabalho fotográfico A guerra da auto-estrada, em 1993.