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Embratur promove Rio 2016 e minimiza zika em feira de Berlim

Marcio Damasceno11 de março de 2016

Apesar de crise econômica e surto de zika, presidente da Embratur diz em Berlim que setor de turismo deve se beneficiar da desvalorização do real. Brasil espera receber até 500 mil turistas durante os Jogos Olímpicos.

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Tom e Vinicius: mascotes dos Jogos Olímpicos de 2016 são atração do estande brasileiro na ITBFoto: Frank Senftleben

O surto de zika vírus que assola o Brasil desde 2015 deixou muitos turistas estrangeiros ressabiados. Algumas operadoras e companhias aéreas oferecem estornos gratuitos para mulheres grávidas, e em janeiro os Estados Unidos lançaram uma advertência sugerindo às gestantes do país que evitassem o Brasil ou regiões da América Latina que sofrem com o zika.

Ainda assim, o presidente da Embratur, Vinícius Lummertz, está otimista sobre o desenvolvimento do setor em 2016. "Agora é a época do Brasil no mundo", disse ele em visita a Berlim para promover o Brasil na ITB, maior feira mundial de turismo. A Alemanha é o país europeu que mais envia turistas para o Brasil. Segundo o Ministério do Turismo, somente em 2014, 265.498 mil alemães visitaram o país. "Para os Jogos Olímpicos [de 5 a 21 de agosto], esperamos entre 300 mil e 500 mil turistas estrangeiros", estima Lummertz.

Vinícius Lummertz Fremdenverkehrsamt Brasilien Embratur
Presidente da Embratur, Vinícius Lummertz: "turismo está ascendente no Brasil, na contracorrente do zika"Foto: Embratur

Ele afirma que o real desvalorizado pode alavancar o fluxo turístico para o país. "Agora começa a ficar favorável não só viajar, mas também investir no Brasil", ressalta. "Há pouco tempo, o Brasil era relativamente caro, e agora está mais acessível."

O discurso otimista que o setor turístico do Brasil quer levar ao mundo contrasta com as manchetes negativas que o país tem gerado recentemente na imprensa internacional, por conta da crise financeira e do surto de zika.

O presidente da Embratur afirma que as adversidades são passageiras. "O Brasil está vivendo um período de dificuldade econômica, mas não deve deixar de manter seu posicionamento forte a médio e longo prazo, porque sairemos desse ciclo econômico. E é então que vamos poder colher aquilo que tivermos plantado."

Ele diz que até agora o surto de zika não afetou o setor turístico brasileiro e que, ao contrário, foi registrado um aumento de reservas nos últimos meses. "Este verão brasileiro bateu recorde no movimento turístico. O turismo está ascendente no Brasil, na contracorrente do zika", sublinha. "Não há cancelamentos relevantes. Monitoramos isso através de nossas empresas de relações públicas e de nossos escritórios no mundo", assegura, ressaltando ter havido apenas registros de estornos de voos por gestantes no Chile e na Argentina.

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Lummertz sugere que o surto de zika não deve ser uma ameaça para os Jogos Olímpicos porque, além das medidas de combate ao aedes aegypti, na época do evento o nível de proliferação do inseto deve ser menor do que o verificado nos primeiros meses do ano. "Em agosto, a proliferação do mosquito vai a 8% em relação a março e abril, que são meses de chuva", argumenta.

É verdade que a chuva e as temperaturas em agosto geralmente ficam abaixo da média anual. Mas dados do serviço municipal de saúde do Rio de Janeiro mostram que a transmissão de doenças nos meses de agosto pode ser tão ruim ou pior do que nos meses de pico usuais. Em agosto de 2015, por exemplo, o Rio registrou 794 casos de dengue, número maior do que os 773 casos notificados em 2014 durante os meses de março, abril e maio combinados, normalmente, três dos piores meses para a infecção.