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Empresas alemãs pessimistas quanto a perspectivas em 2002

27 de dezembro de 2001

Mais de 75% das empresas alemãs não esperam fazer bons negócios no ano que vem, segundo pesquisa do Instituto da Economia Alemã, que é ligado à iniciativa privada.

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Fábrica da Ford em ColôniaFoto: AP

Há muito tempo que a iniciativa privada não encarava com tanto pessimismo o ano novo na Alemanha. De 44 federações setoriais consultadas pelo Instituto da Economia Alemã (IW), 19 contam com uma queda do faturamento e produção das empresas filiadas e 12 com uma estagnação. O instituto, com sede em Colônia, só apurou expectativas tão negativas na recessão de 1992/93.

"Nós estamos realmente num processo de recessão na Alemanha. Os demais países da Europa estão numa situação um pouco melhor, mas não muito", diz Gerhard Fels, diretor do IW. A pesquisa confirma que as conseqüências dos ataques terroristas nos Estados Unidos atingiram a economia mundial, e por conseguinte a alemã, de forma mais intensa do que se previa.

Pessimismo geral

- As enquetes anteriores, as opiniões se diferenciavam conforme o grau de dependência da conjuntura. Nesta passagem do ano, as diferenças desapareceram e o pessimismo é geral. Setores voltados para a exportação, como a indústria automobilística, que teve um ano relativamente bom, fazem uma projeção muito negativa de 2002. "Mas notamos que muitos setores de prestação de serviços, menos dependentes da conjuntura, também foram afetados. Basta citar a aviação civil, o turismo e os bancos", disse Fels, acrescentando que as seguradoras são uma das poucas exceções.

Investimentos adiados

- No entanto, nem tudo parece perdido. Como muitos investimentos e aquisições foram apenas adiados, poderá haver um reaquecimento em meados de 2002 . Para que isso se concretize, é preciso a economia mundial tomar impulso e os aumentos salariais "serem propícios ao crescimento e ao nível de ocupação", segundo o IW. De momento, a maioria dos setores econômicos congelou seus investimentos, ou vai investir apenas em medidas de racionalização. Também persiste a tendência a transferir fábricas ao exterior, onde é mais barato produzir.

Das 44 federações que agrupam os ramos da economia alemã, 35 contam com negócios mais fracos em 2002. Uma das poucas otimistas é a indústria alimentícia, que considera superadas as seqüelas das crises do mal da vaca louca e da febre aftosa. A atitude geral de reserva e pessimismo se reflete também nas perspectivas de ocupação. Se um ano atrás 14 federações achavam inevitável reduzir o quadro de funcionários das empresas, desta vez 28 federações defenderam esse parecer. Apenas três setores de prestação de serviços contam com novas contratações, mas queixam-se, ao mesmo tempo, da falta de mão-de-obra qualificada.

Sinais alvissareiros

- Por outro lado, já se notam os primeiros pontos de luz no fim do túnel. O último índice do clima de negócios teve um aumento de 0,2 ponto percentual. Isso não é muito, mas pelo menos o índice parou de cair, o que dá margem a esperanças. Os EUA estão com os juros mais baixos desde 1961. E na Alemanha, a federação BITKOM anunciou que dois terços das empresas de técnicas de informação e telecomunicações contam com maior faturamento no ano que vem.