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Empresas alemãs voltam a flertar com a bolsa

(am)25 de fevereiro de 2004

Os investidores alemães esperam ansiosos novos lançamentos de ações nas bolsas de valores. Eles serão os primeiros desde 2002. No ano passado, nenhuma empresa alemã quis arriscar o ingresso no mercado de capitais.

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Aumenta interesse das empresas alemãs pelo mercado de capitaisFoto: dpa

É enorme a expectativa dos investidores alemães quanto ao lançamento de novas ações no mercado de capitais (IPO – Initial Public Offering, segundo o jargão das bolsas). Na fase de maior expansão das empresas da internet ("ponto com"), entre os anos de 1999 e 2000, cerca de 300 IPOs na Alemanha provocaram um enorme movimento no mercado de capitais.

Em seguida, a crise fez com que caíssem as novas emissões, culminando com uma completa paralisação no ano passado. Em 2003, nenhuma empresa alemã quis arriscar o ingresso no mercado de capitais. Foi a primeira vez que isso ocorreu desde 1968.

Este ano, os especialistas acreditam que cerca de 15 a 20 empresas alemãs aproveitarão o início de recuperação conjuntural para buscar injeção de capital através do lançamento de suas ações nas bolsas de valores.

Fonte inaproveitada

Do ponto de vista macroeconômico é uma situação muito negativa, quando uma importante fonte de financiamento como a do mercado de capitais não é aproveitada pela iniciativa privada. Isso ocorreu na Alemanha em 2003 como conseqüência da crise internacional (insegurança em relação aos efeitos da guerra no Iraque) e o receio de que o mercado de capitais ainda continuasse caindo por muito tempo. Pois entre o início de 2000 e março de 2003, as ações que compõem o DAX – índice principal da Bolsa de Frankfurt – perderam três quarto do seu valor.

Desde meados de 2003, contudo, o mercado de capitais começou a recuperar-se paulatinamente. Muitas ações já recobraram entretanto a metade do seu valor mais elevado à época da alta na bolsa. A nova situação deu novo alento às empresas alemãs. A lista das candidatas a IPO aumenta constantemente desde o início de 2004. Dela fazem parte a empresa de navegação e turismo Hapag-Lloyd, a fabricante de placas de silício Wacker Silitronic, a indústria de autopeças ATU, o Postbank, entre outras.

Novas ações nas bolsas

Segundo Florian Lahnstein, especialista de investimentos do banco suíço UBS na metrópole financeira alemã Frankfurt do Meno, já se nota uma reviravolta no mercado de capitais. "Acreditamos que, nos próximos seis meses, ocorrerão de três até sete novos lançamentos de ações nas bolsas de valores alemãs", afirma Lahnstein. "Se tais lançamentos obtiverem êxito, então é de se esperar uma dúzia de novos lançamentos nos seis meses seguintes", esclarece.

Mas o especialista do UBS adverte também para riscos inerentes ao ingresso das novas firmas no mercado de capitais: "Se os primeiros lançamentos de ações nas bolsas de valores não derem certo, isso significará que ainda não existe suficiente disposição dos investidores em fazer aplicação nos papéis dos novatos no mercado de capitais." O resultado afugentará então, por longo tempo, outros candidatos potenciais.

O ponto alto de IPOs na Alemanha deverá ocorrer, na opinião dos peritos, no segundo semestre de 2004, quando o Deutsche Post pretende lançar no mercado cerca de 50% da sua participação no Postbank – um pacote de ações avaliado em cerca de 2,5 bilhões de euros. De qualquer modo, o novo interesse por financiamento através do mercado de capitais ainda é bastante modesto, se comparado com a corrida das empresas às bolsas de valores do final da década de 90 até 2001. Nesse período foram registrados 458 IPOs na Alemanha. O ano culminante foi 1999, com 175 lançamentos de ações nas bolsas alemãs.