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Enchente do Elba desloca-se rumo ao Norte

Paulo Chagas20 de agosto de 2002

Dezenove pessoas já morreram na Alemanha, desde que começaram as intempéries e inundações. A enchente do rio Elba continua sua progressão rumo ao Norte.

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Trilhos danificados pela enchente, nas proximidades de DresdenFoto: AP

A cidade de Magdeburgo, capital do estado da Saxônia-Anhalt, passou a noite de segunda para terça-feira em verdadeiro estado de sítio. O auge da enchente do rio Elba cruzaria esta cidade do leste da Alemanha e ninguém sabia se seus diques agüentariam a pressão das águas.

Mas a enchente chegou mais depressa e menos alta do que o previsto, na marca dos 6,70 metros e não na de 6,90 metros como se temia. Os diques resistiram, à exceção da parte leste da cidade, onde soldados, bombeiros e equipes de resgate passaram a noite empilhando sacos para reforçar uma fissura.

Antes disso, a enchente havia passado por Wittenberg, cidade onde Martinho Lutero lançou as suas famosas teses que deram início à Reforma protestante. A cidade transformou-se numa vasta paisagem lacustre, mas 40.000 pessoas haviam sido evacuadas.

Os estados ameaçados pelas enchentes são agora Brandemburgo (leste), Baixa Saxônia (noroeste), Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental (nordeste) e o sul de Schleswig-Holstein (norte).

Milhares de ajudantes e voluntários estão tratando de reforçar os diques de Wittenberge (Brandemburgo) e Geesthacht, pouco antes de Hamburgo. Em Wittenberge, o pico da enchente é esperado para a quinta-feira e poderá levar à evacuação de 20.000 pessoas.

Durante a madrugada, um asilo de idosos foi evacuado em Neuhaus, a 70 km ao sudeste de Hamburgo. É em Hamburgo que o rio Elba desemboca no Mar do Norte.

Dresden

- Em Dresden, depois que as águas baixaram, os habitantes começaram a retornar às suas casas. "A impressão é de que a cidade foi de novo bombardeada", disse Else Bergmann, 85 anos. Ela viveu os pesados bombardeios aliados de fevereiro de 1945 que praticamente destruíram a cidade.

Os estragos que a enchente causou no centro histórico de Dresden são piores do que se esperava. Foram atingidos sobretudo o museu Zwinger com a sua famosa pinacoteca, os castelo de Wettiner e de Pillnitz, além da histórica ópera Semper. O museu Albertinum, onde 11.000 obras de arte haviam sido postas a salvo, reabriu suas portas na terça-feira.

Poluição

- Os riscos de epidemia nas regiões atingidas pelas inundações é muito pequeno. O ministro alemão do Meio Ambiente, Jürgen Trittin (Partido Verde), descartou medidas preventivas. As autoridades decidiram que a lama será levada para depósitos de lixo caseiro, a fim de evitar que seja jogada ilegalmente no meio ambiente.

Prejuízo

- O prejuízo causado pelas inundações foi estimado na terça-feira (20) em 15 bilhões de euros pela companhia de seguros Allianz. Isto inclui os estragos na infra-estrutura e o impacto econômico sobre as regiões afetadas.

Na segunda-feira, o governo federal alemão adiou o programa de reforma fiscal, liberando assim indiretamente 6,9 bilhões de euros para ajudar as vítimas da catástrofe e restaurar a infra-estrutura. Além disso, um bilhão de euros foi liberado pelo Ministério dos Transportes, e recursos provenientes de fundos europeus deverão contribuir com 1,2 bilhão de euros.