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Koblenz

30 de outubro de 2010

Na confluência do Reno com o Mosela, onde a paisagem é marcada por românticos castelos e casas em enxaimel, a estação é sempre alta. Turistas do mundo todo visitam o "Deutsches Eck" em Koblenz.

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Estátua de Guilherme 1° coroa o Deutsches Eck, em KoblenzFoto: ullstein bild - histopics

Turistas lotam o estacionamento de ônibus em Koblenz já de manhã. Os rios Reno e Mosela cintilam sob o sol, o céu está azul – e por cima da copa das árvores uma estátua equestre parece flutuar no ar estival: de uma respeitável altura de 37 metros, o imperador Guilherme 1° saúda de longe os visitantes da cidade. O cenário idílico só é interrompido pelo barulho das obras ao pé da estátua.

No passeio às margens do Reno, um tocador de realejo recebe os turistas que ali chegaram através dos mais diferentes caminhos – de bicicleta ou navio, a pé ou de ônibus – de todas as partes do mundo.

Paraíso renano e beleza do Mosela

"Nós viemos de Wuan e estamos fazendo um giro pela Europa. Aqui no Reno é tudo tão calmo. É lindo", conta a família chinesa de três pessoas. Um grupo de turistas ingleses acaba de entrar num dos muitos navios do Reno: um cruzeiro no mais alemão de todos os rios deixa todos eufóricos.

Turistas de Israel também estão presentes. "Nós já estivemos em Paris e na Holanda, queremos agora descer a rota do vinho daqui até a Floresta Negra", disse um pai de família.

Flash-Galerie Stadt Koblenz deutsches Eck
Deutsches Eck é uma ponta de terra em KoblenzFoto: Stadt Koblenz

Aos pés do imperador

Na verdade, o Deutsches Eck (canto alemão) não é mais do que um mirante sobre uma ponta de terra com vista para os dois rios. À esquerda, encontra-se um camping; à direita, a paisagem é dominada marcialmente pela fortaleza Ehrenbreitstein, à qual se pode chegar por um teleférico.

No sentido mais literal possível, o lugar é coroado por uma imensa estátua equestre, cuja importância nem todos ali conhecem. Uma turista holandesa diz que o cavaleiro tem um ar destemido. Outros tentam adivinhar. E um ciclista da cidade de Essen afirma pouco impressionado: "A gente também tem um desses lá onde moro, só que menor".

Quem quiser saber a história da estátua do imperador Guilherme 1° deve perguntar ao tocador de realejo. "Eu cheguei a conhecer o monumento quando nada mais havia sobrado dele", conta o tocador. "O cavalo foi bombardeado no último dia de guerra em 1945. O que sobrou foi usado na época para fazer a fiação dos bondes. Por falar nisso, a antiga estátua era de cobre puro, a nova é somente de bronze."

Controvérsia em torno do monumento

O pedestal vazio foi transformado, posteriormente, em memorial para lembrar a Unidade Alemã – o que perdeu o sentido após a queda do Muro. Mas quem poderia pensar que, décadas após o fim pouco glorioso do imperador e do império, um grupo de admiradores do imperador iria se formar novamente em Koblenz?

No início dos anos 1990, o grupo se engajou em torno de um abastado casal pela reconstrução do cavaleiro imperial. Na época, os ânimos esquentaram na cidade. A proprietária de um quiosque diz que ainda hoje não consegue entender o porquê da polêmica e afirma que a lembrança do imperador não combina com os tempos de hoje.

Seu vizinho com o realejo é de outra opinião e se mostra um pouco irritado, dizendo que aquilo tinha sido um absurdo. Fundiram e montaram o Guilherme com tanto esforço e dinheiro, para depois os verdes impedirem sua colocação em seu antigo lugar. "Iniciou-se um processo que durou anos! Quando, finalmente, o monumento equestre foi colocado lá em cima, o homem que o patrocinou estava morto!"

O objeto de conflito se transformou em atração turística e o fato de, no momento, um barulho de canteiro de obras prejudicar o idílio do Reno-Mosela – Koblenz se prepara para sediar a exposição de jardinagem e paisagismo Buga 2011 – não incomoda os visitantes.

Traje tirolês no Deutsches Eck

BdT Mosel friert zu
Românticos castelos marcam passeio pelo MoselaFoto: Hans-Jürgen Keens

Muitas vezes, o giro europeu de turistas estrangeiros termina com um passeio pelo Reno e pelos castelos. A viagem acaba em Koblenz. Muitos voam de volta para casa pelo aeroporto de Frankfurt, que não se encontra muito longe. Assim, os últimos suvenires ainda podem ser comprados no calçadão às margens do Reno, em Koblenz.

A contente proprietária do quiosque explica que os turistas não são parcimoniosos. Em média, cada visitante deixa ali 200, 300 euros. Ela conta também fatos surpreendentes.

"Os turistas provenientes da América do Norte, da América Latina, da Austrália e da Nova Zelândia conhecem, na Alemanha, em primeira linha, o traje tirolês e o castelo Neuschwanstein, que eles também visitaram. Por esse motivo, temos aqui no estande muitas coisas sobre o Neuschwanstein – são as que vendem melhor."

Se o imperador Guilherme 1° soubesse que ele foi passado para trás por um rei bávaro de conto de fadas...

Autor: Cornelia Rabitz (ca)
Revisão: Alexandre Schossler