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Erdogan acusa Merkel de usar medidas nazistas contra turcos

19 de março de 2017

Presidente da Turquia critica chanceler por causa da proibição de ministros turcos participarem na Alemanha de comícios a favor do referendo constitucional. Ancara também condena protesto de curdos em Frankfurt.

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Presidente da Turquia, Receo Tayyip Erdogan
Erdogan: "A Europa não deixa nossos ministros e deputados falarem, mas permitem a fala do PKK"Foto: picture-alliance/abaca/AA/M. Ali Ozcan

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, fez um ataque pessoal à chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, neste domingo (19/03), ao acusá-la de usar "medidas nazistas" contra os turcos. A tensão entre os dois países tem aumentado desde que autoridades alemãs impediram ministros turcos de fazerem comícios a favor do referendo constitucional de 16 de abril, que pode dar maiores poderes a Erdogan.

"Quando nós os chamamos de nazistas, eles se sentem desconfortáveis. Eles se apresentam juntos em solidariedade, especialmente a Merkel", declarou o presidente. "Mas agora você [Merkel] está aplicando medidas nazistas. Contra quem?", acrescentou. "Contra meus irmãos que vivem na Alemanha e contra os meus ministros e deputados que vão visitá-la."

"A Europa não deixa nossos ministros e deputados falarem, mas permitem a fala do PKK e da FETÖ", criticou Erdogan, em referência ao proscrito Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e ao movimento do clérigo Fethullah Gülen, que é acusado por Ancara de ter instigado o fracassado golpe de Estado de julho.

"Depois de anos dando armas e carinho às organizações terroristas, agora saíram às ruas. Acabou o baile de máscaras", acrescentou, em aparente referência à manifestação curda deste sábado em Frankfurt, na qual foram exibidas bandeiras do PKK. Neste sábado, o Ministério do Exterior da Turquia convocou o embaixador alemão em Ancara para se queixar sobre a manifestação.

A presidência da Turquia criticou o governo alemão por permitir a realização do protesto com símbolos do PKK, que é considerado uma organização terrorista e banido na Alemanha. "Avisamos as autoridades alemãs, e elas não deram nenhuma resposta, portanto chamamos o embaixador alemão e condenamos o fato da forma mais severa", disse um porta-voz.

A polícia alemã afirmou que decidiu não intervir para evitar incidentes, mas que está tentando identificar os manifestantes que carregaram bandeiras com a imagem do líder do PKK, Abdullah Öcalan, preso na Turquia.

Mais tensões

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, reiterou neste domingo que a intenção de Ancara de restabelecer a pena de morte na Turquia impede a adesão do país à União Europeia. "Se a pena de morte for reintroduzida na Turquia, isso levará ao fim das negociações", afirmou ao tabloide alemão Bild. No sábado, Erdogan disse esperar que o parlamento turco aprove a reinstauração da pena de morte após o referendo constitucional de 16 de abril.

Outro capítulo na tensão entre Berlim e Ancara é a prisão do jornalista turco-alemão Deniz Yücel, do jornal Die Welt, por ligações com o PKK. Erdogan afirmou que se trata de um agente terrorista. "Graças a Deus ele foi preso", disse. O Ministério do Exterior da Alemanha considera as acusações absurdas.

KG/efe/lusa/ard