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Erdogan vence na Turquia, mas sem maioria para mudar Constituição

12 de junho de 2011

Primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan garante terceiro mandato consecutivo com ampla vantagem nas urnas, mas número de cadeiras no Parlamento não basta para a convocação de um referendo para alterar a Constituição.

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Cartaz da campanha eleitoral de Recep Tayyip Erdogan
Cartaz da campanha eleitoral de Recep Tayyip ErdoganFoto: AP

O partido conservador AKP, do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan, conquistou 49,9% da preferência dos eleitores turcos na eleição deste domingo (12/06), anunciaram emissoras turcas de televisão nesta segunda-feira.

Com o resultado, o AKP conquistou 326 das 550 cadeiras no Parlamento, o que garante com folga a reeleição de Erdogan para o terceiro mandato consecutivo, mas não é suficiente para que o partido convoque sozinho um referendo para alterar a Constituição.

O principal representante de oposição, o Partido Popular Republicano (CHP), alcançou 25,9% dos votos. O Partido da Ação Nacionalista (MHP) obteve em torno de 13% dos votos. Assim, esses dois partidos oposicionistas superaram a barreira de 10% dos votos, necessária para ingressar no Parlamento. Candidatos independentes curdos garantiram cerca de 30 cadeiras.

Oposição fraca

A campanha do AKP foi focada no crescimento econômico da Turquia, e o partido anunciou planos para transformar o país numa das dez maiores potências econômicas do mundo, com um PIB per capita de 25 mil dólares (o atual gira em torno de 10 mil dólares).

"A oposição não é confiável", declarou o economista Ahmet Insel à agência de notícias AFP antes da contagem de votos. "Ela não sabe se posicionar como uma alternativa capaz de governar sem uma coalizão. E os turcos têm más lembranças dos governos de coalizão dos anos 1990."

Constituição

O AKP ficou muito perto da maioria de 330 cadeiras no Parlamento, o que permitiria ao partido convocar um referendo para alterar a Constituição, na prática deixando a oposição de fora do processo. Para alterar a Constituição sem a necessidade de referendo, seriam necessários 367 assentos.

"Essa eleição não é para decidir quem vai ganhar, mas para saber se o AKP terá uma ampla maioria que permita reescrever a Constituição", afirmou o analista Sinan Ulgen, do Centro de Estudos de Política Econômica e Externa de Istambul, à agência de notícias Reuters antes da contagem.

Apesar de Erdogan não ter afirmado publicamente quais seriam as reformas constitucionais, críticos dizem que ele quer transformar a Turquia em um sistema presidencialista com ele mesmo no comando.

Erdogan é o político mais popular da Turquia e conduziu a nação por um período de robusto crescimento econômico. Ele também instituiu reformas democráticas buscando adequar a Turquia aos padrões da União Europeia. O país está em negociações para aderir ao bloco, apesar de o processo estar há muito tempo trancado.

AS/rtr/afp
Revisão: Roselaine Wandscheer